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O presente momento de pandemia traz incertezas a todo instante para o investidor, dificultando a decisão na hora de alocar os recursos, principalmente quando se pensa em ter segurança e, ao mesmo tempo, rentabilidade nos investimentos. Com a Taxa Selic atingindo o menor patamar histórico de 2% a.a., a atratividade da renda fixa é afetada pelo baixo retorno financeiro a produtos do mercado que derivam da taxa, como exemplo, o Tesouro Selic.
Contudo, a pandemia, principalmente no período de março deste ano, mostrou que a renda fixa pode ser uma excelente opção para estabilidade da carteira e diversificação, frente a forte volatilidade no mercado de renda variável.
No caso da poupança, cujo rendimento é de 70% da Selic, o ganho atual tem sido de 1,4% ao ano. Descontada a inflação média dos últimos 12 meses, o poupador tem um lucro real negativo de -0,9% a.a. Isto é, Se você investir R$ 1.000 durante um ano, após descontada a inflação, você teria um lucro líquido de R$991. Frente a esse cenário, tem-se visto muitas pessoas perguntando se ainda vale a pena investir em renda fixa.
Mas como tudo na economia, responder a essa pergunta depende de alguns fatores, para cada caso tem uma perspectiva. A resposta pode ser dividida em três tópicos:
- Depende de como está a inflação;
- Depende de qual é o produto de renda fixa;
- Depende de como está a diversificação do seu portfólio.
Depende de como está a inflação
Fonte: Blog Magnetis
O gráfico acima representa o desempenho da Taxa Selic e da inflação durante janeiro de 2012 e 2018, evidenciando que a Selic atingiu uma máxima de 14,25% em 2015 e se manteve constante por um breve período, ao mesmo tempo que a inflação reduziu, por um momento esse foi o cenário, o que acabou por ocasionar uma maior distância entre as taxas. Assim, investimentos de renda fixa ficaram mais rentáveis, uma vez que a inflação estava caindo e o distanciamento entre as taxas aumentava.
Prestar atenção na inflação antes de decidir o seu produto de renda fixa é entender a rentabilidade real dele. De nada adianta que a Selic esteja alta se a inflação estiver próxima. A distância entre as taxas traduz o que o investidor vai rentabilizar na renda fixa.
Depende de qual é o produto de renda fixa
A renda fixa é uma boa opção, mas se o investidor não adquire bons produtos da renda fixa, o desempenho fica comprometido. O mercado financeiro conta com muitos produtos e têm opções como LCAs, LCIs, LCs, debêntures e CDBs que pagam mais de 100% do CDI. Porém esses ativos podem apresentar um certo risco pelo fato de serem emitidos por bancos ou empresas menores, de pequeno ou médio porte. Com a situação do COVID-19, cresce a angústia de investir com esse tipo de credor, visto que esses investimentos consistem em um empréstimo de dinheiro para o emissor do ativo.
Mesmo com o risco de crédito, ainda é um risco baixo, menos volátil que a bolsa, o que torna os produtos de renda fixa mais atrativos para quem não quer correr o risco do mercado de ações.
Vale lembrar de uma forma de proteção ao investidor, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o qual é uma garantia de segurança. O FGC tem como objetivo garantir a recuperação de depósitos e créditos de instituições financeiras, nos casos de falência. Porém, é necessário se atentar que ele não é válido para todos os produtos de renda fixa e que existe um limite assegurado por ele.
Depende de como está a diversificação do seu portfólio
Uma forma de garantir segurança na carteira de investimentos é por meio da diversificação. Essa técnica permite que seja feito o gerenciamento de risco, visando distribuir o capital investido em produtos diferentes, com certa variedade. Assim, o risco do portfólio é reduzido. Vale destacar que os benefícios da diversificação são observados quando os ativos não possuem correlação entre si, o ideal é que os ativos sejam de setores e classes diferentes. Essa técnica é bem aceita no mercado financeiro.
Harry Markowitz, economista estadunidense, afirma que um portfólio bem diversificado deve conter em torno de 15 a 20 ativos. Assim, é possível reduzir o risco não sistêmico. Dito isso, deve-se lembrar que se o seu objetivo é diversificar, a renda fixa vai fazer parte do seu portfólio. Mas você deve lembrar de incluir outros produtos também, como ações, fundos imobiliários, COEs ou ETFs, a depender do seu perfil de investidor.
Concluindo: ainda vale investir em renda fixa?
Sim! E isso não vai ser alterado tão cedo, mesmo com os constantes cortes na taxa de juros. A renda fixa conta com ativos de igual segurança a poupança, mas com rentabilidade melhor, são ativos em que a rentabilidade é prevista ou já conhecida. Além de que o funcionamento dessas aplicações é bastante simples e trazem diversificação para a sua carteira. Atente-se a bons produtos financeiros que tragam a rentabilidade desejada.
Portanto, sim, vale investir na renda fixa e esse cenário ainda vai perdurar.
Bons investimentos!