O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comunicou nesta terça-feira (01), às 9h, queda recorde de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB) neste segundo trimestre, entre abril e junho de 2020. A economia brasileira já sofre as consequências do coronavírus, país soma dois trimestres consecutivos de retração. Com o tombo, Brasil entra em “recessão técnica”.
Vale destacar que períodos de recessão são caracterizados pela queda de atividade em dois trimestres seguidos. Uma vez que o primeiro trimestre, de janeiro a março, deste ano também evidenciou resultados negativos, caindo 2,5%. Lembrando que o PIB é uma medida de soma de todos bens e serviços produzidos no país, que tem o intuito de mensurar a atividade econômica.
A queda é resultado das políticas adotadas no período de pandemia, justamente para conter o avanço do COVID-19. O PIB encolheu de forma mais grave que em outras crises porque “nunca antes se propôs uma política que fosse desligar a economia”, aponta Eduardo Zilbermann, professor na PUC-Rio. Ou seja, com lojas fechadas sem receber clientes e fábricas sem poder produzir, a situação se intensifica.
O declínio econômico da América Latina, conforme indica Morgan Stanley, resultou em números ainda piores do que as previsões mais negativas, com exceção do Brasil; possivelmente motivo explicado por ações do governo como o auxílio emergencial de R$ 600, o que mantém o consumo firme. Ainda, estudos têm apontado que os pagamentos de emergência elevaram a renda dos mais pobres, diminuindo a pobreza temporariamente. No entanto, uma medida insustentável visto restrições nas contas públicas, assim, é provável a redução do benefício até o final ano.
Os mais impactados foram a indústria e o setor de serviços, 12,3% e 9,7%, respectivamente. Por outro lado, no campo, a agropecuária expandiu 0,4%, alta puxada pela soja e pelo café.
Todos os países afetados pela pandemia do COVID-19 estão sendo impactados economicamente de forma semelhante. Assim, pode ser que a recuperação global seja ditada pelos principais atores econômicos.
Já era esperada uma queda no PIB, com estimativas do mercado financeiro e do governo entre 8% e 10%. Agora basta saber quanto tempo vai levar para a recuperação econômica e em qual velocidade os negócios vão retomar.