A sustentabilidade é uma grande tendência de mercado, e o investidor não só está aberto a mudanças nesse sentido, como vai passar a exigir que elas ocorram cada vez mais dentro das corporações.
A procura por sustentabilidade é crescente e notória em todos os negócios. Prova disso é que o SEBRAE publicou em seu Guia de Tendências 2020/21 que “Consumo e Sociedade” é uma das quatro macrotendências, junto com “Gestão Inteligente”. O guia é um compilado de mindsets e comportamentos sociais, que refletem diretamente nas demandas do mercado. Esses padrões de consumo não são diferentes no mercado de investimentos, por isso criou-se o ESG, uma métrica que mensura a conduta e a responsabilidade corporativa.
Os critérios ESG
O termo ESG é um acrônimo em inglês para environmental, social and governance, que traduzido pro português significa meio ambiente, social e governança. Como o próprio nome sugere, é uma síntese de critérios sobre cada área abordada na sigla, vamos ver individualmente:
- Environmental ou Ambiental: Diz respeito a como a empresa se relaciona com energia, produção e descarte de lixo, emissão de gás carbônico, uso de recursos naturais, poluição, resíduos e contribuição para mudanças climáticas.
- Social: No âmbito social, o critério ESG avalia a relação da empresa com seus colaboradores, por exemplo: Segurança do trabalho, diversidade, saúde e treinamento do quadro de funcionários, direito dos colaboradores, participação em atividades beneficentes e relações com a comunidade em geral.
- Governance ou governança: A governança diz respeito ao conjunto de regras e práticas da empresa. Neste critério avalia-se se os deveres estão sendo cumpridos através de: Conselho independente e com diversidade, políticas claras que direcionam e controlam a empresa, direitos aos acionistas, metodologias de contabilidade, clareza na remuneração da diretoria, políticas de prevenção a fraudes e corrupção.
Por que investir em ESG?
Investir em ESG é investir em sustentabilidade que, por sua vez, está carregado de vantagens ao investidor e as empresas.
Vantagens para as empresas
Do ponto de vista corporativo, a B3, em seu guia intitulado “Novo Valor – Sustentabilidade nas Empresas” lista sete motivos para investir em sustentabilidade, são eles:
- Identificação de novas oportunidades de negócio: Inovação;
- Geração de receita: Adaptação de produtos e serviços para atendimento de novas demandas do consumidor, acesso a novos mercados, fidelização de consumidores;
- Redução de custos: otimização do uso de recursos naturais na produção, estabelecimento de parcerias e desenvolvimento de fornecedores;
- Produtividade e capital intelectual: atração e retenção de talentos, aumento potencial da produtividade da força de trabalho;
- Mitigação de riscos: Redução da exposição a riscos socioambientais, impacto sobre riscos operacionais, de mercado, financeiros etc;
- Atendimento e antecipação de demandas legais;
- Melhora da reputação e da imagem.
Vantagens para os investidores
Os investidores de empresas comprometidas com o critério ESG também possuem muitas vantagens diretas:
- Transparência: O questionário que as empresas respondem para participar do índice ISE é um exemplo de como elas apresentam mais transparência aos acionistas: são 180 questões sobre a forma como conduzem os negócios e como se relacionam com o meio ambiente, social e a governança.
- Mitigação de riscos: com a mitigação de riscos socioambientais e de riscos operacionais das empresas influencia também no risco do investidor, visto que esses acontecimentos influenciam diretamente na cotação das ações;
- Rentabilidade x Volatilidade: Observando a longo prazo, podemos aferir através do benchmark de ESG brasileiro, o índice ISE B3, que rentabilidade é uma das vantagens do ESG: Desde 2005 a rentabilidade do índice foi de +235,19% em relação ao Ibovespa +235,43%. Nesse mesmo período, o índice teve volatilidade de 23,86%, e o Ibovespa 26,51%.