Semana deve ser de dúvidas nas bolsas
A semana que se passou foi caótica nas bolsas internacionais. Em meio a incertezas e notícias de impacto, bolsas nos EUA alternaram entre altas e quedas, enquanto o Ibovespa registrou a quinta semana seguida de queda.
Os principais índices americanos fecharam a última sexta-feira em queda, porém tiveram uma alta no quadro geral da semana. O Dow Jones foi o índice com maior valorização na semana, chegando a 1,87%. O Ibovespa apresentou uma queda de 3,08%, superando o recuo da semana anterior, de 1,31%. Na última sexta-feira, a Ibovespa fechou o dia com 94.015,68 pontos.
Ao todo, o Ibovespa já soma uma perda de 18,70% no ano de 2020. A recente aprovação do STF para vendas de ativos da Petrobras, bem como o aumento de casos de COVID-19 na Europa e o diagnóstico positivo do presidente americano Donald Trump para a doença devem influenciar para que a semana que se inicia seja cheia de incertezas e imprecisões nas bolsas.
IPCA e IGP-DI
Talvez o índice mais importante da semana será divulgado na sexta-feira (9). O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA),que indica a inflação oficial brasileira, é apurado pelo IBGE e refere-se ao mês de setembro.
Após uma queda no IPCA de agosto (0,24%) em relação ao índice de julho (0,36%), a projeção é que o valor referente a setembro seja de 0,52%. Se o número for confirmado, será a maior inflação mensal registrada no país em 2020.
Até agora, o IPCA de 2020 acumula alta de 0,70%, enquanto o acúmulo dos últimos 12 meses é de 2,44%. Para o governo federal, a meta de 2020 é que a inflação atinja no máximo 4%.
Outro índice referente à inflação de setembro a ser publicado durante a semana é o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). O índice é calculado pela FGV e mede a inflação de preços desde matérias-primas do setor agrícola até bens de consumo vendidos no varejo.
Nos índices referentes aos meses de julho e agosto, o IGP-DI subiu 2,34% e 3,87%, respectivamente. O acúmulo é de 11,13% no ano até aqui e de 15,23% nos últimos 12 meses.
Varejo em alta
O setor varejista apresentou considerável aumento nas vendas no mês de julho e, com a flexibilização das medidas referentes à pandemia, o setor mira engatar uma aceleração após meses em baixa.
O IBGE marcou o anúncio da Pesquisa Mensal do Comércio para quinta-feira (8). Na última leitura, referente ao mês de julho, o aumento das vendas foi de 5,2%, muito acima do valor de 1,2% projetado. Surpreendentemente, o número alcançado foi a maior alta registrada em um mês de julho na série histórica, com início no ano 2000.
Algumas categorias do setor, inclusive, alcançam marcas superiores a valores pré-pandemia. Se destacam as categorias de móveis e supermercados, por exemplo.
Agenda externa
No mercado internacional, a maior expectativa está para a divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, sigla em inglês). A publicação da ata está marcada para quarta (7).
Podemos esperar ainda um novo pronunciamento da Federal Reserve (Fed) sobre a política monetária dos bancos estadunidenses e planos para a recuperação econômica dos EUA.
Segundo a Fed, a pandemia representa “um tremendo revés humano e econômico nos EUA e no mundo”. Para estimular a geração de emprego, que registra números abaixo do esperado, a Fed se comprometeu em manter taxas de juros próximas a zero até a situação se estabilizar e os números apresentarem uma melhora.
Na terça (6), será divulgado o Job Openings and Labor Turnover Summary (Jolts), relatório que divulga a oferta de vagas de emprego nos EUA. O relatório é apurado e publicado pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.