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Startups de tecnologia farão estreia na Bolsa

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As próximas semanas serão agitadas para as empresas Enjoei.com, Méliuz e Wine. As startups de tecnologia irão estrear na Bolsa em busca de captação no mercado brasileiro. Antes mais ligadas ao mercado estadunidense, as empresas chegam ao mercado brasileiro em um momento em que os investidores estão mais propícios a investir em companhias do meio digital.

Ao todo, as ofertas iniciais de ações para as três companhias somam mais de R$3,5 bilhões. As empresas chegam à bolsa em um contexto de mercado muito volátil, que afastou empresas mais consolidadas no mercado brasileiro de também disponibilizar seus ativos no mercado de ações do país.

A entrada das startups na Bolsa será um desafio para os investidores brasileiros, desacostumados a lidar com empresas dessa natureza. Startups geralmente operam no prejuízo em sua fase inicial, mas apresentam taxas de crescimento muito aceleradas. A Enjoei.com, por exemplo, teve um prejuízo líquido de R$4,1 milhões no primeiro semestre de 2020. Já a Méliuz reportou um crescimento de 61% em relação ao primeiro semestre do ano passado, com um lucro líquido de R$12,7 milhões, ante 1,6 milhão em 2019.

Outro obstáculo para a entrada das empresas de tecnologia no mercado de ações é a precificação. A mesma é menos objetiva do que a feita em empresas mais tradicionais, uma vez que ela não leva em conta apenas o lucro que as mesmas geram. Os juros baixos para aplicações financeiras são um dos maiores atrativos para os investidores.

Para as empresas, buscar recursos por meio da venda de ações pode se mostrar mais interessante do que um simples empréstimo bancário. A inexistência de track-record no mercado financeiro também é um incentivo para que essas empresas busquem financiamento na Bolsa.


É necessário pontuar, ainda, que a presença de empresas de tecnologia no mercado de ações brasileito ainda é uma novidade. Além das três empresas citadas acima, que ainda farão suas estreias, a B3 conta com a Locaweb, Totvs, Linx, Sinqia, B2W e Magazine Luiza (recentemente convertida para o setor de tecnologia após sua digitalização).

Guilherme Guerreiro

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