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Confira 10 BDRs para investir após mudanças de regras

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A partir de hoje, qualquer investidor pessoa física poderá investir em BDRs na B3. Antes, de acordo com as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as negociações de BDRs eram restritas a investidores qualificados. Em razão da mudança no regulamento, a XP Investimentos preparou uma carteira de 10 BDRs para o investidor brasileiro ficar de olho.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são recibos de ações compradas no exterior. O investidor que detém uma BDR tem os mesmo direitos de qualquer acionista dentro de determinada empresa. O detentor de uma BDR tem acesso aos dividendos da empresa, diretos em caso de venda e, entre outras coisas, pode converter suas ações internacionais em ações originais da empresa emissora.

De acordo com a XP, investir em BDRs é uma estratégia vantajosa para ajudar na diversificação da carteira. Os analistas da XP apontam que ter uma parcela dos investimentos fora do mercado brasileiro pode proteger o investidor em cenários em que haja uma desvalorização geral do mercado acionário nacional.

Atualmente, 671 BDRs estão disponíveis para o investidor brasileiro, um número que não para de crescer. No mês de outubro, até aqui, já são mais de 120 novas BDRs negociadas na B3. Escolher onde colocar seu dinheiro pode ser difícil e muito arriscado e, por isso, você pode conferir abaixo a carteira da XP citada anteriormente:

Facebook (FBOK34): A empresa é dona de algumas das principais plataformas de mídia social do mundo, com uma base de usuários superior a 2,5 bilhões de pessoas. Além da forte base de usuários, o Facebook é  o “maior promotor de empreendedorismo do planeta”, segundo a XP, beneficiando principalmente micro e pequenos negócios com poucos recursos para propaganda.

Segundo a XP, as maiores perspectivas de crescimento para o Facebook estão em suas plataformas de vendas (Facebook Shops e Instagram Shopping) e pagamento (Facebook Pay e WhatsApp Pay).

Johnson & Johnson (JNJB34): A multinacional norte-americana tem mais de 130 anos de história e hoje divide suas atividades em três setores:

– Farmacêutico, responsável pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Representa 52% das receitas da J&J.

– Equipamentos médicos, voltado para produção de aparelhos cirúrgicos, como pinos e placas ortopédicas. Representa 31% das receitas.

– Bens de consumo, voltado para produção de shampoos, curativos, sabonetes e demais itens de higiene do dia-a-dia. Representa 17% das receitas.

Para a XP, o crescimento da J&J deve ser alavancado pelo seu setor de pesquisa, a partir do desenvolvimento de novos medicamentos, como uma possível vacina contra a COVID-19. A retomada da demanda por aparelhos cirúrgicos e a compra de empresas menores do ramo também deve ajudar na valorização da empresa.

Amazon (AMZO34): Gigante do e-commerce, a Amazon tem seus negócios expandidos em diversos outros setores. Apesar de representar 50% das receitas da Amazon, as vendas online representam apenas 12% do lucro da empresa. A maior fatia dos lucros da empresa vem de sua plataforma de computação em nuvem, o Amazon Web Services, que fatura US$40 anualmente. Outra fatia significativa das receitas da Amazon vem de seus serviços por assinatura, como o Amazon Prime e a recém anunciada Luna, plataforma de jogos em nuvem.

Para analistas da XP, a Amazon deve prosperar ainda mais nos próximos anos com o crescimento do e-commerce devido sua capacidade logística e tecnológica que lhe permite atender às demandas sem grandes obstáculos. No radar da XP, ainda, estão as investidas da Amazon em tecnologia aeroespacial e carros autônomos (Zoox).

Microsoft (MSFT34): Absoluta no mercado de sistemas operacionais, a Microsoft tem seu SO (Windows) presente em mais de 75% dos computadores pessoais do planeta. O faturamento da Microsoft se divide quase que igualmente em três setores, sendo eles:

– Computação pessoal, que engloba o Windows e os consoles de videogame Xbox.

– Produtividade e Processos, que diz respeito ao pacote Office, SharePoint, Skype e LindedIn.

– Nuvem, com o Azure, SQL e Windows Server.

Números apontam que 50% das receitas da companhia são de fora dos EUA. Para a XP Investimentos, as maiores perspectivas de crescimento estão nos setores de trabalho remoto (Office 365), computação em nuvem (Azure), games em nuvem (xCloud) e plataformas sociais (possível compra do TikTok).

Alphabet (Google) (GOGL34): A Google, subsidiária da Alphabet, domina 86% do mercado mundial de ferramentas de pesquisa, além de 75% do mercado de compartilhamento de vídeos (YouTube). 75% dos dispositivos móveis do planeta utilizam o sistema operacional do Google, o Android. Assim, podemos concluir que a Alphabet é um gigantesco depósito de dados, que é convertido em anúncios direcionados em suas plataformas, responsáveis por 85% do faturamento da companhia. 14% das receitas do Google vem de seus serviços, como o Google Play e Google Cloud. O 1% restante vem de projetos em estágios iniciais.

A XP Investimentos aposta no crescimento da empresa a partir do desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial, direção autônoma (Waymo) e saúde (Calico & Verily Life).

Disney (DISB34): A Disney foi fundada em 1923 como um estúdio de entretenimento, desenvolvendo filmes e músicas para os mais variados públicos. Atualmente, atua nos seguintes segmentos:

– Parques de diversão e hotelaria, que representam  37% das receitas.

– TV por assinatura, responsável por 35% das receitas.

– Estúdio e entretenimento (15%).

– Venda de produtos licenciados com a marca Disney (13%).

Apesar da pandemia de COVID-19 ter abalado o setor de parques e hotéis, a XP considera que a companhia está bem posicionada para uma recuperação e resultados positivos a longo prazo.

Os maiores responsáveis pelo crescimento da marca, porém, devem ser os serviços de streaming. O recém lançado Disney+ já é assinado por 30% do público alvo existente nos EUA, enquanto o Hulu (também da Disney) é assinado por 37% de seu público alvo. Além do Disney+ e Hulu, a Disney também é dona da ESPN, canal esportivo que oferece seus próprios serviços (Watch ESPN e ESPN+).

Activision Blizzard (ATVI34): Formada após a junção de duas das maiores empresas do ramo de videogames, a Activision Blizzard é uma gigante do entretenimento interativo. Como desenvolvedora e publicadora, a mesma está presente na maioria dos gêneros de videogames. As atividades da empresa estão segmentadas em setores de faturamento semelhantes, sendo eles:

– Activision, que detém a propriedade intelectual de Call of Duty, franquia de FPS entre as mais vendidas da história da indústria de games e atualmente um dos principais títulos de eSports, Crash Bandicoot e diversas outras.

– Blizzard, publicadora do MMORPG mais jogado do mundo, World of Warcraft, além da franquia de RPG Diablo e do FPS Overwatch. A plataforma online da empresa, a Battle.net, conta com uma base de mais de 30 milhões de jogadores por mês.

– King, plataforma para dispositivos móveis com mais de 250 milhões de jogadores mensais em plataformas Android, iOS e Facebook.

Para a XP, as perspectivas de crescimento da Activision Blizzard se concentram em seus jogos free-to-play (gratuitos), que geram alto volume de vendas dentro do game. Também está no radar o desenvolvimento de jogos para dispositivos móveis.

Berkshire Hathaway (BERK34): Uma empresa muito procurada por investidores visando lucros a longo prazo. A companhia é dirigida pelo maior investidor pessoa física do mundo, Warren Buffet, e tem participações em vários segmentos, do ramo alimentício à pedras preciosas.

80% das receitas da Berkshire vêm de companhias de seguro, com destaque para a GEICO. Os demais 20% são provenientes do transporte ferroviário e do ramo energético. A empresa é tentadora para os investidores em razão do compromisso de Buffet com uma gestão transparente, um histórico de sucesso dos investimentos da holding e o alinhamento de interesses entre a administração e seus acionistas.

Nike (NIKE34): Gigante do ramo de vestuário e demais artigos esportivos, 96% das receitas da empresa vêm da venda de calçados. A Nike tem uma sólida base de consumidores mundialmente, com mais de 60% de suas vendas acontecendo fora da América do Norte. Um fator que pode blindar o investidor é o recente remanejamento de parte da sua produção para o Vietnam, protegendo o investidor de possíveis tensões entre os EUA e a China..

No radar da XP, destaque para o crescimento constante das vendas diretas feitas pela Nike, via seu site (Nike.com) ou a partir de suas lojas físicas monomarca. O objetivo da marca é que o Nike.com represente 50% das vendas até 2023. O aumento do poder aquisitivo do público jovem na China (10% das receita anual da Nike) e da linha de produtos femininos também merecem destaque, segundo a XP.

Alibaba (BABA34): A “Amazon chinesa”, as plataformas do grupo movimentam mais de US$1 trilhão por ano. A companhia possui uma base de 750 milhões de clientes que usam as plataformas para fazer compras anualmente. O faturamento da Alibaba vem crescendo em volumosos 30% ao ano, com o varejo representando 90% das receitas da empresa.

Mas, assim como a Amazon, a Alibaba tem como objetivo expandir sua cartela de produtos. A chinesa também aposta no desenvolvimento de uma plataforma de computação em nuvem (Alibaba Cloud), que representa 9% das receitas e cresce cerca de 60% ao ano.

Guilherme Guerreiro

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