A projeção de queda do PIB em 4,5% neste ano e alta de 3% em 2021, faz parte do relatório do UBS-BB, divulgado na quinta-feira (22). E isso depois de ter uma queda de quase 12% no primeiro trimestre. Conforme o relatório os números indicam que o término das medidas de assistência social – leia-se auxílio emergencial – devem ter repercussão limitada no desenvolvimento da economia, embora possa causar uma queda temporária do PIB de 1% nos três primeiros meses do ano em comparação aos três últimos meses de 2020.
Ainda segundo o relatório, o, término da medida emergencial do governo para auxiliar trabalhadores informais durante o isolamento, o chamado coronavoucher, que foi estendido até dezembro deste ano, irá melhorar a conjuntura fiscal. Na verdade, o banco acredita que os programas voltados à assistência, especialmente o auxílio emergencial, seguraram uma queda maior do PIB neste ano, já que os recursos distribuídos a milhares de brasileiros informais, impulsionaram as vendas no varejo e consequentemente a produção industrial. Salienta-se que os estímulos fiscais do governo representaram cerca de 8% do PIB.
Por outro lado, o banco observa que que as medidas de auxílio também causaram deterioração nas contas públicas. O déficit primário foi de 0,9% do PIB no fim de 2019 para 8,5% em agosto de 2020, e a expectativa do UBS-BB é que se aproxime dos 14% do PIB em 2020 e a dívida pública aponte um crescimento de 75,9% para 94,2%.
O relatório aponta também que o nível relativamente baixo de créditos não produtivos em meio ao desemprego, com índices mais altos, indicam que os brasileiros apertaram mais o cinto, o que pode fazer com que a intensidade da queda do PIB diminua depois que o programa for encerrado.Em contrapartida, a instituição financeira estima que o PIB tenha um crescimento de pelo menos 8% no 3º trimestre em relação ao 2º e 2,5% no 4º.
Com este panorama no mercado financeiro, o governo – que enfrentará desafios para ampliar os programas assistenciais para 202 – ainda está organizando uma proposta para o programa “Renda Cidadã”, que entra no lugar do Bolsa Família. O UBS-BB tem a perspectiva de que o programa que entrará seja menor do que o atual, o que daria sentido à proposta orçamentária para 2021 e os ajustes fiscais (que poderiam impulsionar o PIB a crescer) necessários para conservar as regras do teto de gastos.
Foto: Divulgação Agência Brasil