O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve divulgar ainda na noite de hoje a taxa de juros básica, Selic, bem como a política monetária do país. A taxa Selic está em 2%, seu piso histórico, e as expectativas são de que ela seja mantida neste patamar. Entretanto, o cenário de retomada de crescimento na economia, a inflação mais alta e muitas incertezas fiscais podem fazer com que a Selic não se mantenha nos 2% em 2021.
A taxa atual, a mais baixa da série histórica iniciada em 1999, começou a cair no final de 2016. Até agosto do mesmo ano, a Selic estava em 14,25% e já chegou a 45% em março de 1999.
Acompanhe a variação no gráfico abaixo:
Em setembro, o Copom decidiu manter a Selic nos atuais 2%, depois de nove cortes consecutivos serem realizados. Entre as indicações, foi sinalizado o interesse na manutenção da política monetária pelos próximos meses, para evitar que reduções adicionais na taxa de juros possam causar instabilidade nos preços dos ativos.
O Copom indica que o cenário deve seguir estável até 2021 e possivelmente se estenda durante 2022. O que pode mudar as decisões do Comitê é uma possível mudança na trajetória da inflação.
O Boletim Focus, divulgado pelo BC, também projeta a Selic estável a 2% até o final do ano. Entretanto, no último Focus, houve previsão de aumento para 2021. Segundo o Banco, a taxa pode variar de 2,5% a 2,75%. Essa variação indica mudança na percepção do mercado.
O risco fiscal e de fuga de capital é outro indicador de que a Selic deve subir em breve. Com a taxa baixa e a instabilidade na política quanto à manutenção do teto de gastos para 2021, o governo federal encontra dificuldades de se financiar. Todos estes ruídos podem acabar assustando o investidor estrangeiro, que não se sente seguro diante de um cenário de ameaça fiscal.