Retomar a economia tem sido um trabalho árduo para muitos chefes de Estado diante do cenário da pandemia, que colaborou muito para agravar ainda mais a situação fiscal. Para contornar a situação e ganhar novo fôlego em 2021, governadores apostam em Parcerias Público-Privadas (PPPs), concessões e até privatizações. As propostas abrangem rodovias, saneamento, parques e até ginásio de esportes.
Em um encontro realizado em São Paulo reuniu estadistas e líderes de governo de alguns estados para discutir a conjuntura que se apresenta no horizonte, onde foram salientados vários projetos, alguns já em andamento. Ainda durante o encontro ficou evidenciada a importância da iniciativa privada, especialmente em propostas de infraestrutura.
Vários governadores destacaram que a privatização é a única solução para colocar a economia dos estados nos trilhos, pois sem incentivos de investidores não há como levantar a economia. Porém salientaram que o maior problema enfrentado neste setor, é a oposição da população. Em muitos estados, a resistência chega a 55%. São Paulo, maior população entre os estados brasileiros, tem a intenção de lançar ainda em 2020, seis licitações, um deles na área ambiental.
Em Minas Gerais, há empresas com grande potencial que não conseguem mais investir na expansão dos serviços. No Espírito Santo, já está sendo estudada a participação privada nos serviços de saneamento. A distribuição de gás também está na lista das privatizações daquele estado, assim como outras parcerias em setores diversos.
REGIÃO SUL
A investida em desestatização também faz parte dos planos do governo do Paraná, que iniciou um processo de privatizações e acordos. A aposta deste estado é alta, com metas para se transformar em uma central logística de toda a América do Sul. Na lista das privatizações estão os setores de telecomunicações e concessão de rodovia. O destaque para o Paraná é que estaria no centro da produção de 70% do PIB do continente, sem contar que é marco divisório entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ressaltou que sua gestão ve as parcerias com o setor privado como uma forma importante de viabilizar investimentos para os quais o Estado não tem fôlego e, mais do que isso, agilizar esses investimentos. O benefício das concessões e das PPPs é que, em um contrato, é possível adiantar investimentos com menos burocracia e mais agilidade. “Há o ganho na melhoria da infraestrutura e também o ganho que a obra gera em curto prazo, com emprego e renda”, destacou Leite.
No caso do Rio Grande do Sul, Leite citou a carteira de projetos que está em andamento no Estado, como a privatização da CEEE, da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Além disso, estão em andamento as parcerias público-privadas que envolvem mais de mil quilômetros de rodovias (a maioria hoje administrada pela Empresa Gaúcha de Rodovias), a Estação Rodoviária de Porto Alegre, a rodovia RSC-287, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul e a construção de um presídio em Erechim.
NORTE E NORDESTE
Nas regiões Norte e Nordeste, a visão dos chefes de estado é a mesma dos demais, ou seja, para a retomada da economia, a fórmula a ser seguida é a mesa: as privatizações. O Amazonas coloca suas fichas nas concessões florestais, a Paraíba tem por volta de 20 projetos de PPPs em carteira. Pernambuco tem R$ 10 bilhões em intenção e em estudos. No Pará, um dos ajustes a ser tomados se refere a concessão de uma ferrovia, cuja licitação já está em início.
Foto: Reprodução