Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, avaliou nesta quarta-feira (4) que a alta recente da inflação, que por enquanto está acima dos 3% para este ano segundo boletim Focus desta terça-feira (3), é temporária. Em entrevista para um canal de YouTube, Neto disse que o aumento se deve ao preço do dólar, mas avaliou que essa contaminação é pouco expressiva quando se tira a influência dos combustíveis. “Entendemos que a inflação é temporária. Estamos, obviamente, monitorando”, reiterou.
Um dos fatores citado por Neto que corroboram para o aumento do valor da inflação é o auxílio emergencial, que foi criado para dar apoio a pessoas que ficaram sem renda durante a pandemia, e possibilitou que esse brasileiro tivesse mais poder de consumo durante esse período. A tendência agora é que o auxílio deixe de ser um fator e seja extinguido, pois além do valor já ter diminuído de R$ 600 para R$ 300, já existe uma volta da normalidade. A meta do BC é a de uma eventual estabilidade nos preços quando isso acontecer.
A demanda alimentícia do mercado asiático também é um fator de peso, mas Neto afirmou que as safras brasileiras de março tendem a ser maiores, controlando o preço dos alimentos.
A crescente despesa pública também é um fator preocupante para Neto, que alertou para o cuidado que o país deve ter com a disciplina fiscal. Como ilustração do problema, Neto disse que uma “luz vermelha”, indicando que o país passou do ponto de inflexão, já acendeu.
O presidente do BC ainda comentou sobre o PIX, que foi um projeto antecipado diante do contexto da pandemia, e estreia nacionalmente no dia 16 de novembro. Ele disse que o novo sistema de pagamentos não tem nenhuma relação com um possível retorno da CPMF, que se existir vai incidir também sobre o PIX, assim como para todas as transações financeiras.
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