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Sem compromisso com XP, Itaú pode ser mais agressivo nos investimentos

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O Itaú Unibanco (ITUB4) decidiu ontem (04) que começará a vender, aos poucos, sua participação na XP Investimentos. O banco, dono de quase metade das ações da corretora, pretende atuar de forma mais ativa no setor de investimentos, que vem ganhando cada vez mais espaço na vida dos brasileiros em um cenário com a Selic abaixo da inflação projetada.

A decisão repercutiu bem entre os investidores na B3. No pregão de ontem da Bolsa, as ações do Itaú Unibanco subiram 3,99% (R$25,00). A expectativa é que, com a venda das ações da XP, o Itaú comece a conquistar uma fatia maior do mercado de corretoras, onde atualmente tem uma participação de 14%, contra 43,3% da XP, segundo relatório do Morgan Stanley.

De acordo fontes ouvidas pelo jornal Estadão, alguns investidores de renda elevada dentro do Itaú consideravam a relação entre o banco e a corretora um problema para o banco. Havia um sentimento entre esses investidores que a XP Investimentos gozava de uma credibilidade resultado da relação com o Itaú, o que acabava por impedir o crescimento do banco no setor de investimentos.

Dar os próprios passos no setor de investimentos já estava no plano do Itaú. O Brasil chegou recentemente a 6 milhões de contas de investimento ativas, segundo relatório da Morgan Stanley, um número que cresce a passos largos nos últimos meses. Tendo isto em mente, o Itaú lançará ainda em novembro um aplicativo exclusivo para aplicações, o Íon.

Além da oportunidade de ganhar mercado em um setor emergente, o Itaú também se viu motivado a abrir mão de suas participações na XP em razão de um mal estar criado entre as entidades. Recentemente, o banco adotou um tom de ceticismo quanto à atuação de agentes autônomos de investimento, insinuando em uma campanha publicitária que os mesmos podem atuar sem ter os ganhos do cliente como prioridade. A campanha foi muito mal recebida dentro da XP.

Ainda pesa a favor da decisão do Itaú o fato que o banco foi impossibilitado de comprar maior participação na XP, o que lhe daria o controle de fato das operações da corretora. O projeto de compra foi barrado pelo Banco Central e, desde então, o Itaú passou a ver com bons olhos a oportunidade de vender os ativos.

Imagem em destaque: Veja / divulgação

Guilherme Guerreiro

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