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BDRs: entenda melhor o funcionamento dos recibos em 5 passos

3 Minutos de leitura

Desde o dia 22 de outubro, a B3 possibilita que qualquer pessoa física negocie BDRs. Anteriormente, as negociações eram restritas a investidores qualificados, ou seja, aqueles com pelo menos R$1 milhão em aplicações financeiras.

Mas, antes de dar os primeiros passos no mercado de BDRs, é importante se inteirar de alguns pontos a respeito desses recibos lastreados em ações de empresas estrangeiras. Confira a seguir:

PARIDADE

Embora o lote mínimo de compra de BDRs tenha sido reduzido para uma unidade, é importante pontuar que um recibo não é uma ação. Em alguns casos, o investidor precisa comprar mais do que um BDR para que tenha o equivalente a uma ação de uma empresa com capital aberto no exterior.

No caso da Apple, por exemplo, a paridade é de dez para um. Isso significa que são necessários dez recibos para ter o equivalente a uma ação da marca da maçã. No caso da Alphabet, conglomerado a qual pertence o Google, são necessários 150 recibos para ter o equivalente a uma ação da empresa. Há casos onde a paridade é de até 200 para um.

TRIBUTAÇÃO

De maneira geral, negociar BDRs é um processo muito semelhante a negociar ações, com custos bastante parecidos. O investidor está sujeito a pagar por taxas de corretagem e custódia (dependendo da instituição), além dos valores cobrados pela própria Bolsa. A tributação sobre os ganhos também é a mesma, 15% sob a alíquota de Imposto de Renda, fica a cargo do investidor calcular o valor devido em impostos e efetuar o pagamento via DARF.

A diferença crucial está na isenção fiscal. Atualmente, investidores estão isentos de tributação em casos de vendas inferiores a R$20 mil/mês no mercado de ações. Essa isenção não existe ainda na negociação de BDRs.

DIVIDENDOS

É importante pontuar, porém, que o pagamento de dividendos não é garantido ao investidor quando o mesmo efetua a compra de um BDR. Segundo levantamento feito pela Economatica em agosto, oito das 25 empresas mais valiosas com recibos disponíveis no mercado brasileiro não pagaram dividendos nos últimos 10 anos.

Entre as empresas que não distribuíram os ganhos, estão gigantes como Amazon, Google e Netflix. A distribuição de dividendos referentes a BDRs acompanha a distribuição dos mesmos no mercado norte-americano, quando uma empresa faz a distribuição dos dividendos a seus acionistas, o investidor brasileiro recebe seus ganhos proporcionais, com os custos operacionais e impostos já descontados.

LIQUIDEZ

Somente no mês de outubro, mais de 120 novas BDRs ficaram disponíveis para investimento. O maior leque de opções dá ao investidor uma possibilidade de diversificar mais sua carteira, tornando-a menos volátil.

O investidor precisa ficar atento, no entanto, à liquidez dos papéis a serem adquiridos. Como o mercado de BDRs ainda está em evolução no Brasil, a liquidez ainda está concentrada em alguns poucos papéis. O boletim de setembro da B3 apontou que os 10 recibos mais negociados na Bolsa representavam quase metade (43%) do valor total negociado em BDRs no mercado.

Com a evolução do mercado de BDRs, a tendência é que as negociações se tornem mais diversas e um número maior de papéis diferentes ganhe volume de negociação, tornando-se mais atraentes aos investidores.

RECIBOS DE EMPRESAS BRASILEIRAS

A abertura do mercado de BDRs para o público investidor no geral abriu uma nova possibilidade para os investidores: agora é possível adquirir papéis de empresas brasileiras com capital aberto fora do país.

Essa possibilidade se tornou realidade graças à flexibilização das regras de negociação de BDRs por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O requisito para a disponibilização de um recibo na B3, porém, é que a empresa já tenha realizado seu IPO no mercado estrangeiro há pelo menos um ano.

Algumas das empresas brasileiras que podem disponibilizar BDRs para compra são: PagSeguro, Arco Educação, Stone e Afya. O IPO da XP Inc. completará um ano no mês que vem e, portanto, a empresa poderá oferecer seus recibos na B3.

Imagem em destaque: Exame / divulgação

Guilherme Guerreiro

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