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Como a Amazon pode dominar o varejo digital no Brasil

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No Brasil e no restante do mundo, o varejo online cresceu expressivamente com a pandemia de COVID-19. Com medidas restritivas e consumidores com receio de ir até as lojas, o segmento digital surgiu como a grande alternativa à tradicional experiência de compras.

No Brasil, um dos principais nomes desse comércio digital é a Amazon, que vem crescendo a passos largos por aqui. A empresa norte-americana, de propriedade de Jeff Bezos, homem mais rico do mundo, visa dominar o mercado brasileiro e vem investindo forte para conseguir chegar ao seu objetivo.

O cenário é propício. Como dito antes, o varejo online vem crescendo em um ritmo acelerado. No Brasil, a Magalu viu suas vendas aumentarem 148% no terceiro trimestre de 2020 na comparação anual. A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, teve um aumento ainda maior na comparação anual, de 219%.

Como podemos observar, embora o cenário seja fértil para o modus operandi da Amazon, o mercado brasileiro já conta com empresas tradicionais e bem estabelecidas no varejo digital, com mais rodagem no mercado nacional e melhores estruturas logísticas. Para assumir a liderança do segmento, a Amazon terá que percorrer um longo caminho. A companhia, porém, já providencia medidas para conquistar o consumidor brasileiro.

Logicamente, tudo começa pela plataforma principal da Amazon. O site, que trabalha como marketplace desde 2017 no país, já expandiu sua linha de produtos de 19 categorias em janeiro de 2019 para 35 categorias em outubro de 2020. Além disso, a Amazon tem no seu planejamento conquistar o consumidor brasileiro no mercado de serviços também.

A Amazon conta atualmente com o Amazon Prime como seu carro-chefe no setor de serviço. A assinatura, no valor de R$9,90 ao mês, dá direito a serviços de frete grátis para produtos comprados no site da Amazon, entrega em um dia útil. Além disso, assinantes também tem acesso ao Prime Vídeo, serviço de streaming de filmes e séries, e também ao Prime Gaming, uma assinatura especial da Twitch, plataforma de livestreams voltada para o público gamer que dá acesso a conteúdos exclusivos em jogos e outros benefícios na Twitch.

Em 2020, a Amazon promoveu pela primeira vez no Brasil o Prime Day. O evento ocorreu nos dias 13 e 14 de outubro e contou com diversas ofertas no marketplace, incluindo condições especiais para assinantes Amazon Prime. O aumento da base de assinantes do Prime é fundamental para a companhia, uma vez que um estudo promovido pela própria Amazon em 2018 apontou que clientes Prime gastam em média US$1400 ao ano na plataforma, enquanto não-assinantes gastam em média US$600.

Além dos serviços agregados ao Amazon Prime, a empresa também investe forte na chegada da Alexa, sua assistente virtual, no mercado brasileiro. Há ainda o “Programe e Poupe”, serviço que oferece descontos e frete grátis em compras recorrentes. Juntando os serviços oferecidos a assinantes Prime, com uma possível maior presença da Alexa em território brasileiro, a Amazon visa expandir sua base de consumidores ao manter o usuário conectado à suas plataformas. Nele, usuários podem suprir suas necessidades de consumo, seja produtos ou serviços, usando apenas um ecossistema e sem necessidade de cobranças individuais por cada serviço.

Para líder no setor varejista, porém, a empresa precisa expandir suas capacidades logísticas, ainda significantemente inferiores à concorrência. A Amazon efetuou a compra de três novos centros de distribuições (CDs) no país esta semana, aumentando seu total em território brasileiro para oito CDs. O número ainda é, por exemplo, três vezes inferior ao  número de centros do Mercado Livre, maior marketplace da América Latina.

Logo, podemos observar que a Amazon precisa expandir seu número de galpões para expandir suas atividades e conquistar mercado fora dos grandes centros urbanos no Brasil. Mas além da aquisição de novos CDs, a empresa de Jeff Bezos também é uma das interessadas na aquisição dos Correios. O projeto que abre caminho para a privatização da estatal, responsável pelo serviço postal brasileiro, deve ser encaminhado ao Congresso até o final do ano.

Outra varejista com interesse na compra dos Correios é a Magazine Luiza. Caso uma das duas empresas efetue a aquisição, poderia ganhar uma grande vantagem logística ante a concorrência, podendo oferecer serviços de entrega mais eficientes e baratos. A compra poderia ser um fator de grande influência no setor do varejo.

Imagem em destaque: Exame / divulgação

Guilherme Guerreiro

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