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Incertezas na área econômica levam empresas a reter dinheiro em caixa

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Após enfrentar os seis primeiros meses contabilizando perdas em função da pandemia do Covid-19, empresários decidem por reter o dinheiro em caixa. Na comparação com setembro de 2019, o dinheiro disponível nos cofres aumentou em 65%. E isso levando-se em consideração as mais de 360 empresas elencadas na B3. Essa cautela, segundo os especialistas, acontece por três fatores: os empresários se previnem para superar o atual momento de estagnação no mercado econômico, projetam uma desaceleração com o fim do auxílio emergencial e ainda se acautelam de uma possível segunda onda do Covid-19. Alguns hospitais, principalmente em São Paulo, têm apresentado relatos de elevação no número de casos positivos.

Os balanços publicados até agora comprovam que a soma acumulada representa R$ 483,9 bilhões no 3º trimestre deste ano. E a origem dos recursos são as mais diversificadas, porém com ênfase na emissão de novas dívidas, como debêntures. Na B3, o consolidado da dívida líquida das empresas se elevou em 12%, chegando ao patamar de R$ 1,2 trilhão, o equivalente a 16% do PIB nacional registrado  no ano passado. Conforme analistas econômicos, a situação é clara, com as empresas adquirindo dívidas, não para investimentos e sim para pagar o capital de giro, que por sua vez garante a saúde financeira da empresa. 

Ainda segundo analistas econômicos, as grandes da Bolsa representam uma inclinação que acabou por se alastrar por toda a economia, indo inclusive até os pequenos. Esse efeito foi percebido lá no final do 1º trimestre, inclusive aparecendo nos balanços de instituições financeiras, que acabaram por aumentar a carteira de crédito para grandes empresas. Para que as pequenas empresas pudessem se beneficiar destes recursos, o governo disponibilizou programas de apoio, a exemplo do Pronampe – que institui condições especiais para micro e pequenas empresas acessarem crédito, com a possibilidade de ter até 100% de garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO).

Há que se salientar ainda que a baixa dos juros favoreceu ao reforço de caixa das empresas. Com a Selic batendo 2% ao ano, na mínima histórica, e os juros externos próximos a zero, o custo de pegar dinheiro emprestado sofreu uma queda vertiginosa, representando uma gasto com juros bem menor. Há empresas cujo nível de endividamento é grande, e a baixa dos juros representa muito, inclusive aumentando o interesse dos investidores em ações e títulos de dívidas. Isso também demonstra que o mercado tem investido forte na recuperação rápida e nos pacotes de incentivo.

Um levantamento feito através do sistema Economatica  – ferramenta extremamente potente e amigável para análise de ações e de fundos, aponta como a líder de liquidez da B3,  a Ambev. A empresa brasileira, que controla cerca de 68% do mercado brasileiro de cerveja, aumentou o caixa em 44% em um ano, aumentando seu poder para contratar dívidas. Observam os analistas que em setembro, o caixa da cervejaria era suficiente para pagar as dívidas e gerar sobras de R$ 16,3 bilhões. Esse resultado é comemorado pela empresa, que no entanto não tem em seus planos o esbanjamento e sim a manutenção da liquidez, em relação à volatilidade do mercado. 

INCERTEZAS

O fim do auxílio emergencial, projetado para acontecer a partir de janeiro de 2021, reflete um cenário incerto. O governo federal tem se mostrado aberto para opções neste sentido, inclusive com a possível criação de um novo programa de microcrédito, com financiamentos máximos de R$ 5 mil. A projeção é de que a caixa teria disponibilizado R$ 10 bilhões para o financiamento de parte deste programa. O projeto é chegar a R$ 25 bilhões por meio de transferência de outras receitas e mudanças nos compulsórios dos bancos.

Foto: Reprodução/Pinterest

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