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Reformas precisam avançar para manter investidores estrangeiros

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Na última semana, o capital estrangeiro voltou com força para a B3. Em um movimento motivado pela vitória de Joe Biden e pelos avanços nas pesquisas por vacinas contra a COVID-19, grandes investidores voltaram a investir em mercados emergentes, como o Brasil.

O aporte estrangeiro na Bolsa nos últimos dias tem ajudado a diminuir a retirada de capital da B3 em 2020. Somente na segunda-feira seguinte a vitória de Joe Biden, que coincidiu com o anúncio dos avanços nas vacinas, R$4,5 bilhões em aportes de estrangeiros entraram na Bolsa, a maior entrada de capital estrangeiro em um único dia desde 2007. Ao todo, mais de R$15 bilhões em aportes estrangeiros foram injetados na B3 em novembro, valor nominal que será um recorde na série histórica (iniciada em 1995) se confirmado ao fim do mês

Para que a injeção de capital de fora do país não passe de um momento de otimismo, porém, é necessário que o país acelere o processo de reformas econômicas para que, assim, o país consiga manter as contas públicas sob controle. Atualmente, o endividamento brasileiro se aproxima de ser equivalente a 100% do PIB do país.

A manutenção da entrada de capital estrangeiro no mercado brasileiro depende do humor dos grandes investidores internacionais, que por sua vez depende de como os mesmo enxergam o Brasil. Atualmente, o mercado investidor vê o Brasil com desconfiança, há um ceticismo em relação a capacidade do país de controlar o crescimento do endividamento citado acima. Assim, investidores consideram que inserir capital no mercado brasileiro é uma operação que envolve muitos riscos.

No radar dos investidores, um dos maiores focos é o teto de gastos. Um comprometimento por parte do governo brasileiro com o orçamento de 2021 seria muito bem vindo pelo mercado. Uma das propostas vistas com mais otimismo por investidores é o gatilho de gastos, um mecanismo do teto de gastos que permite ao governo cortar despesas previamente programadas para cobrir gastos em situações de emergência, como a atual pandemia.

As reformas administrativas e tributárias também são vistas como de grande importância pelo mercado financeiro. As reformas, além de atrair investimentos estrangeiros, também seriam importantes para manter o investidor brasileiro interessado no mercado doméstico, freando a retirada de capital do mercado brasileiro.

É importante pontuar que não é apenas a alta tributação que afasta investidores do país. O Brasil, além de ter uma das maiores cargas tributárias do mundo, tem um sistema tributário considerado confuso e demasiadamente complexo por boa parte dos investidores. Mesmo que não leve a diminuições significativas de impostos, uma reforma tributária que simplificasse as taxações e ajudasse na desburocratização dos negócios já seria vista com bons olhos por investidores, que teriam mais facilidade em calcular seus riscos ao investir no nosso mercado.

Já a reforma administrativa voltaria seu foco à diminuição do Estado, tornando o ambiente mais atrativo para a iniciativa privada no país. Nessa lógica, a agenda de privatizações também é um fator que tende a agradar grandes investidores.

Imagem em destaque: Valor / divulgação

Guilherme Guerreiro

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