O resultado positivo da safra 2019/2020, que capitalizou boa parte de produtores, fez com que estes acreditassem alto em investimentos na safra atual, que neste momento começa a ser plantada. Economistas afirmam que esse fato por si só potencializa lucros na produtividade, sempre na esperança de um clima favorável. Com a safra anterior positivada e a próxima calcada na fé de outro bom resultado, o setor de maquinários agrícolas cresce. Inclusive a John Deere – uma dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos agrícolas e de construção do mundo – registrou uma procura acentuada.
Os especialistas apontam que esse momento se tornou oportuno em função da flexibilidade das linhas de crédito aliadas a boa produtividade. E este momento favorável é esperado até o ano que vem, também por conta dos contratos futuros para a próxima safra, que estão endossando bons preços e um panorama efetivo. Para quem estuda a produção e os investimentos no setor, o aumento no lucro bruto do agricultor se deu pela profissionalização da gestão.
Algumas cooperativas registram os bons resultados e a satisfação dos agricultores, que estão capitalizados e com as compras de insumos em dia, com a inadimplência na mínima histórica, entre 1,5% a 2%. Outro fator de indicação de um cenário positivo é o compasso da demanda forte e antecipada dos grãos, o que impõe um ritmo mais acelerado na disponibilidade de mecanismos para investimentos.
Para se ter ideia do bom momento no setor, 40% da próxima safra de soja foram comercializados antes mesmo do plantio. A safrinha de milho, que inicia com semeadura em fevereiro do ano que vem, já tem 10% da produção negociada. Isso comprova a expectativa dos especialistas no setor, que prevêem um momento bastante propício para o agronegócio no ano que vem.
Essa aceleração na receita dos agricultores de grãos, de acordo com os economistas, se dá principalmente frente a desvalorização do real em relação ao dólar, em função do preço ser estabelecido no mercado internacional, já que muitos dos insumos utilizados para a produção do grão, está intrinsecamente ligado ao câmbio.
Um levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pontuou que o setor conseguiu alargar as margens de lucro em todos os grãos, mesmo com indicações de gastos para manter a safra com bons resultado. O levantamento ainda mostra que em Cascavel, cidade localizada a oeste do Paraná, o lucro do soja cresceu 207% em relação a 2019, se mostrando o melhor resultado para a região desde que o levantamento iniciou, há mais de uma década.
O milho, que há anos registrava índices suficientes para o pagamento dos custos, sem sobras afirmativas para o agricultor, registrou números excelentes em decorrência dos preços em alta e excelentes. Novamente Cascavel serve de exemplo para o levantamento, que mostra a margem de 2020 da segunda safra de milho multiplicada por seis em relação a de 2019. A safra do arroz também foi considerada boa, interrompendo assim uma cadeia de safras ruins.
Foto: Reprodução/Caderno Mercado
