Em oito anos, mais precisamente de 2011 a 2019, o mercado de capitais brasileiro teve, em média, cinco operações de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na B3, por ano. Neste ano de 2020, mesmo em meio a uma pandemia, foram 25 IPO’s na Bolsa brasileira. E este aporte tem uma explicação: juros baixos e aumento considerável por parte de investidores locais.
Mas, para que o mercado corporativo continue em franco crescimento para além deste ano, é preciso que investidores externos robustos voltem a acreditar no mercado de capitais do País. Por outro lado, para que isso aconteça, é necessário que o Brasil prove que tem competência para manter uma agenda fiscal responsável, ofertando um cenário de médio e longo prazo mais aprazível do que o que se apresenta hoje, afirmam especialistas do setor, apontando que além dos investidores locais, precisa-se do investidor estrangeiro para que a economia cresça.
A Bolsa de Valores brasileira e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) possuem algumas prioridades, como desenvolvimento do mercado secundário de renda fixa, porém com maior padronização e precificação das emissões, bem como o estímulo ao mercado de securitização. As duas têm ainda desafios pela frente em vista do mercado de capitais para o ano que vem. Um deles refere-se a variação na base dos investidores, caracterizada pela pessoa física e capital estrangeiro de longuíssimo prazo.
Há ainda obstáculos a serem transpostos pelo mercado como por exemplo atrair pequenas e médias empresas (PMEs), utilizando o recurso da redução dos custos de uma oferta de renda fixa ou de ações. A Anbima acredita que é preciso que sejam levados em consideração,o nível de conhecimento sobre os produtos financeiros e o momento de vida do investidor.
Atualmente, o patrimônio é prioritariamente o que se leva em consideração ao estabelecer quais fundos o investidor do varejo pode acessar, levando-se em conta que a classificações de qualificado significa com ao menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras e profissional a partir dos R$ 10 milhões.
Foto: Reprodução/InfoMoney