Em conferência virtual nesta segunda-feira (23), o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que o governo não trabalha com a possibilidade de extensão do auxílio emergencial, reforçando que o benefício deve ser extinto ao fim de 2020. “Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força”, afirmou o ministro.
Os números, porém, contradizem a fala de Guedes. No Brasil, segundo levantamento do Imperial College de Londres, no Reino Unido, a estimativa é que a taxa de transmissão do novo coronavírus nessa semana (iniciada ontem, 23) seja a maior desde o mês de maio. Nesta segunda-feira, pesquisadores brasileiros publicaram uma nota técnica na qual afirma que o país vive hoje o início da segunda onda de Covid-19. Na Itália, que já está na segunda onda da doença há mais tempo, o governo divulgou que esta terça (24) teve o maior número de mortes pela doença no país desde março, com 853 óbitos nas últimas 24 horas.
O auxílio inicial teve as primeiras parcelas pagas em maio, inicialmente previsto para ter três parcelas de R$600 (até julho). O benefício foi prorrogado primeiramente até setembro, com mais duas parcelas de R$600 e, posteriormente, até dezembro, com até três parcelas adicionais, desta vez de R$300.
O ministro da Economia afirmou que não há indícios de uma segunda onda no Brasil, mas que o governo deve agir caso a mesma se concretize em um futuro próximo. “Estamos preparados para reagir, mas não adianta criar fatos que não existem. Se tiver segunda onda, já sabemos como reagir”, destacou Guedes. Ainda segundo o ministro, em caso de extensão do auxílio, o governo já tem os dados necessários para saber quais beneficiários “realmente precisam” da ajuda.
Segundo dados da Instituição Fiscal Independente (IFI), a prorrogação do auxílio emergencial (no valor de R$300) por mais três meses custaria R$15,3 bilhões aos cofres públicos. Atualmente, cerca de 25 milhões de brasileiros recebem o benefício.
Imagem em destaque: EBC / divulgação