Recentemente, a B3 chegou a marca de 3 milhões de investidores pessoa física cadastrados. Os últimos dados, do relatório operacional de outubro deste ano, apontam que haviam 3.178.780 de contas ativas na Bolsa. O aumento de popularidade da Bolsa, porém, anda lado a lado com a ascensão dos chamados “gurus do mercado”.
No geral, os gurus do mercado são influenciadores que falam sobre o mercado de investimentos nas mídias sociais. Durante essa rotina no YouTube, Instagram e afins, esses investidores compartilham dicas sobre o mercado com sua audiência, compartilhando suas vivências no mercado e, muitas vezes, cobrando por cursos e acesso ao seu portfólio de ações.
O foco desses gurus geralmente é o day trading, ou seja, a compra e venda de um ativo no mesmo pregão. Em alguns ativos, como minicontratos, essa operação pode ser feita a descoberto, sem a necessidade do dinheiro no momento de realizar a operação. Nos canais, podemos ver relatos de pessoas que conseguem bancar um estilo de vida caro e compras extravagantes graças ao day trading, com lucros superiores a mil reais por dia.
Segundo dados levantados pelo Google e divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, a busca “como fazer day trade” subiu 97% no acumulado de 2020 (até o dia 27 de novembro) em comparação com o ano passado. Muitas pessoas se sentem atraídas pela promessa de lucros altos e perspectiva de uma melhor qualidade de vida alcançada facilmente e em pouco tempo.
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Prejuízo causado por influencer evidencia a importância de assessores credenciados no mercado financeiro
Para Jeronimo Nunes, assessor de investimentos da GX Investimentos, os internautas encontram nas redes “promessas amparadas em gatilhos mentais e midiáticos acabam chamando a atenção do investidor”. Esses gatilhos, de acordo com Jeronimo, atraem um público que, geralmente, não tem o conhecimento técnico para entender os fatores envolvidos no desenvolvimento de uma boa carteira de investimentos e um projeto de rentabilidade sólida.
O assessor de investimentos também destacou que a generalização é perigosa, mas que é necessário ser cauteloso ao consumir conteúdo sobre investimentos nas redes. “Muitos influencers financeiros visam chegar ao cliente com mensagens impactantes para, em primeiro lugar, aumentar seu número de seguidores e não diretamente auxiliar/educar o investidor”, apontou Jeronimo.
A realidade, porém, não é igual ao cenário ideal vendido nas redes. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feito este ano revelou que apenas 0,1% dos investidores que entraram pro mercado de day-trade entre 2013 e 2016 teve um lucro médio superior a R$100 por dia até 2018. Entre os mais de 98 mil investidores cobertos pelo estudo da FGV, a maioria acabou desistindo do day-trade pelo baixo rendimento.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, diretor de produtos da Suno Research, Leonardo Dirickson, afirmou que a popularização de plataformas de comercialização de conteúdo em meio a pandemia impulsionou a venda de cursos nos últimos meses. Dirickson ainda afirmou que altas e quedas bruscas na Bolsa, um cenário comum em 2020, também aumentam o interesse das pessoas no mercado de investimentos.
Para Jeronimo Nunes, a mensagem que fica para os investidores em potencial é que os mesmos procurem profissionais capacitados, respaldados por uma instituição com credibilidade, a fim de evitar surpresas desagradáveis. “Pautas como esta demonstram mais ainda que nada substitui o conhecimento e o trabalho duro. Existem fatores periféricos, mas o resultado consolidado e de longo prazo, sempre será oriundo da mescla de conhecimento e dedicação.”
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