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A imunização no país continua incerta. Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, trocou farpas com o governador João Dória, de São Paulo, a respeito dos impasses da aprovação da vacina CoronaVac, produzida pelo SinoVac em parceria com o Instituto Butantan. O país continua sem um plano de vacinação da população.

O mercado global amanheceu registrando alta nos principais índices, com a sinalização de um novo pacote de estímulo fiscal nos EUA, além de boas notícias quanto às vacinas contra COVID-19.

Esses e outros destaques você confere agora.

PAZUELLO REBATE FALA DE DÓRIA SOBRE CORONAVAC

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta terça-feira (8) em reunião com governadores, que “se houver demanda e houver preço, nós vamos comprar [a vacina do Butantan].

O atrito acontece depois das pressões do governador João Dória a respeito da vacina do CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório SinoVac em parceria com o Instituto Butantan. O governador anunciou um programa de vacinação no estado de São Paulo, mesmo considerando que a CoronaVac ainda não concluiu os testes clínicos. Sem a devida finalização do estudo, sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não acontece.

Na reunião com governadores, Dória questionou Pazuello: “O seu ministério vai comprar a vacina CoronaVac sendo aprovada pela Anvisa? sim ou não?”

Em resposta, Pazuello disse: “Eu já lhe respondi isso. Eu já respondi isso a todos os governadores. Quando a vacina do Butantan — que não é a vacina de São Paulo, tá, governador? Ela é do Butantan. Eu não sei porque o senhor fala tanto como se fosse do estado. Ela é do Butantan. O Butantan é o maior fabricante de vacinas do nosso país, e é respeitado por isso. O Butantan, quando concluir o seu trabalho e tiver essa vacina registrada, nós avaliaremos a demanda. E se houver demanda e houver preço, nós iremos comprar”.

O futuro da imunização no país continua incerto. Em outubro deste ano, Bolsonaro desautorizou Pazuello quando o ministro sinalizou a compra da CoronaVac para a imunização da população. Na ocasião, Bolsonaro disse em uma rede social: “Não compraremos vacina chinesa”.

Ontem, o ministro Pazuello anunciou que o Brasil deve comprar 70 milhões de doses da vacina da Pfizer (PFE), a mesma que já iniciou o processo de imunização no Reino Unido. A pasta ainda não anunciou, porém, qual é o plano de vacinação da população brasileira. Além disso, o país enfrenta problemas como o armazenamento da vacina, que deve ser mantida a -70ºC.

No caso da CoronaVac, o imunizante não necessariamente precisa do registro da Anvisa para ser distribuído de forma excepcional. Segundo a lei 13.979/2020, que dispõe medidas para o enfrentamento do COVID-19, se uma vacina é aprovada por uma autoridade estrangeira — como a Food and Drug Administration (FDA) nos EUA —, a distribuição de forma excepcional, e sem registro da Anvisa, é possível. A medida existe para acelerar o processo de aprovação e distribuição de insumos importantes para o enfrentamento da pandemia.

Essa mesma lei dá autonomia a governadores e prefeitos para a aplicação de políticas de enfrentamento durante a pandemia. Usando ela como respaldo, o governador João Dória pretende ir ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso a aprovação da vacina pela Anvisa demore mais que o esperado.

Em resposta às ações de Dória, Bolsonaro publicou no Twitter que a disponibilidade só é possível com a eficácia comprovada e o registro na Anvisa.

O Brasil já tem mais de 178 mil mortes por COVID-19. Ontem, 842 novos óbitos pela doença foram registrados. Pelo menos 8 capitais do país estão com mais de 80% de suas UTIs em capacidade máxima. 

No Rio de Janeiro, a situação é dramática. Quase 500 pessoas esperam na fila por um leito de UTI por COVID-19. O número é o mesmo que o registrado em maio.

GUEDES DEFENDE FLEXIBILIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta terça-feira (8) durante o seminário Supremo em Ação que o governo aja de forma extraordinária, mesmo que temporariamente, para defender a população invisível do país, que precisa ser inserida no mercado de trabalho.

“Eles não conseguiram sobreviver com o quadro de legislação trabalhista existente. Eles foram excluídos. Então, não vamos tirar direitos de ninguém na legislação trabalhista que existe aí, mas pelo menos como é que a gente cuida deles? Será que precisamos de um regime extraordinário para eles por um, dois anos? Nós temos que raciocinar sobre isso”, disse o ministro.

A ideia do governo é aprovar o programa Verde Amarelo, que atenderia a população invisível do país, que já passa de 40 milhões de pessoas. O programa havia sido lançado no final do ano passado pelo governo federal, mas não passou pelo Congresso.

Guedes ainda disse que o Brasil deve terminar o ano com perda nula de empregos formais.

“Isso nenhum país do mundo conseguiu fazer. Nós criamos nos últimos quatro meses um milhão de empregos. Em um tempo de pandemia, não poderíamos ficar presos em uma legislação obsoleta, que nos condenaria a um desemprego em massa”, disse o ministro.


Saiba mais

A vacinação no Brasil ainda é incerta


AGENDA

A taxa de juros Selic, publicada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), deve ser divulgada hoje pela manhã.

O índice IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, saiu hoje pela madrugada. A alta foi de 0,97%.

BOLSAS E CÂMBIO

Uma reunião de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, com a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que acontece nesta quarta-feira (9), animou os mercados europeus no início da manhã. Os investidores aguardam as negociações do Reino Unido com a União Europeia, que depois da separação corre o risco de pagar taxas sobre produtos e alfândega.

As negociações finais do Brexit, movimento que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia, estão emperradas a meses.

Outro ponto que deixou o mercado global com tendência positiva é a possibilidade de uma conclusão das negociações de um novo pacote de estímulos nos EUA.

Às 8h da manhã:

  • STOXX 600 (STOXX): +0,55%, indo a 395,81 pontos
  • DAX (GDAXI): +1,02%, indo a 13.414,50 pontos
  • FTSE 100 (FTSE): +0,44%, indo a 6.587,42 pontos
  • CAC 40 (FCHI): +0,19%, indo a 5.571,02 pontos
  • FTSE MIB (FTMIB): +0,05%, indo a 22.063,50 pontos

Influenciados pela tendência positiva dos mercados europeus e norte-americanos, os índices asiáticos fecharam com seus principais nomes em alta.

No Japão, o primeiro-ministro Yoshihide Suga anunciou um novo pacote de estímulos para impulsionar o poder de compra da população durante o período de pandemia, além de ajudar na recuperação econômica. O pacote terá ¥ 40 trilhões (US$ 708 bilhões).

O índice de Xangai fechou em forte baixa, influenciado pela crescente tensão da China com os Estados Unidos.

  • Hang Seng (HK50): +0,75%, indo a 26.502,84 pontos
  • KOSPI (KS11): +2,02% , indo a 2.755,47 pontos
  • Shanghai Composto (SSEC): -1,12%, indo a 3.371,96 pontos
  • Nikkei 225 (N225): +1,33%, indo a 26.817,94 pontos
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -1,34%, indo a 4.942,70

Um novo pacote com estímulos fiscais é tudo que o mercado norte-americano quer. O país passa por uma segunda onda de COVID-19, que agrava ainda mais a situação social e econômica do país. Por isso, notícias que as negociações podem estar chegando em uma conclusão, animam os investidores no início desta quarta-feira (9).

Os índices também são afetados pelo anúncio de que a vacina da AstraZeneca (AZN) tem eficácia média de 70,4%, de acordo com dados da fase final de estudos.

Às 8h da manhã:

  • Nasdaq 100 Futuros: -0,03%, indo a 12.634,12 pontos
  • Dow Jones Futuros: +0,29%, indo a 30.256,0 pontos
  • S&P 500 Futuros: +0,20%, indo a 3.709,38 pontos

O Dólar e o Euro caem ante ao Real na manhã desta quarta-feira (9):

  • Às 9h10, o Dólar subiu -0,44%, a R$ 5,09
  • Às 9h10, o Euro subiu -0,33%, a R$ 6,17

Foto: Agência Brasil / Divulgação

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Juan Tasso - Smart Money

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