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Inflação dispara no fim de ano, mas câmbio favorável pode ter impacto positivo

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Nesta terça-feira (8), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou o IPCA referente ao mês de novembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, índice oficial da inflação no país, ficou em 0,89% no mês passado, maior número para um mês de novembro em cinco anos.

Segundo os dados divulgados pelo IBGE, a inflação de novembro foi pressionada principalmente pelo aumento nos preços de alimentos e combustíveis. Em outubro, o índice foi de 0,86%. Em 2019, a inflação registrada em novembro ficou em 0,51%. Ao todo, a inflação acumulada de 2020 chegou a 3,13%. Nos últimos 12 meses, o acumulado do IPCA está em 4,31%.

“Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro”, informou o IBGE. O maior aumento veio do grupo Alimentação e bebidas, que registrou um aumento de 2,54% nos preços ao longo de novembro. Os alimentos também foram o grupo de produtos e serviços que mais pressionaram a inflação, contribuindo com 0,51 ponto percentual do total do IPCA de novembro.

Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o economista Sérgio Vale apontou que o IPCA “é preocupante e não é”. Para Sérgio, economista-chefe da MB Associados, o contexto da inflação acelerada nos últimos meses preocupa o mercado. Até o meio do ano, a estimativa da maior parte das instituições era de uma inflação na casa dos 2% em 2020.


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PIB: mercado revisa projeções e espera contração de 4,50% esse ano


Hoje, a MB Associados estima uma inflação de 4,5% em 2020, com perspectiva pessimista para o início de 2021, com o IPCA ainda em alta no primeiro semestre. “Essa aceleração em poucos meses preocupa e assusta um pouco. E ainda continua no ano que vem, no acumulado em 12 meses. Podemos chegar a maio com 6,5% (no IPCA acumulado em 12 meses)”, afirmou o economista.

Jeronimo Nunes, assessor de investimentos e especialista em câmbio na GX Investimentos, reforça que é necessário ficar de olho na taxa cambial nos próximos meses. Segundo o assessor, o Brasil é tradicionalmente um dos países com maior impacto inflacionário da taxa cambial. “No Brasil, o repasse cambial para a inflação é um dos mais altos do mundo, com uma média de a cada 10% de desvalorização cambial, existe um aumento de 0,6 a 0,8 ponto percentual no IPCA no período médio de até 12 meses”, apontou Jeronimo.

“O principal (motivo) que leva a esta queda de curto prazo na moeda americana é exatamente a eleição de Joe Biden e a expectativa de que aprove pacotes de trilhões de dólares para incentivo a economia americana, favorecendo moedas de mercados emergentes ao mesmo tempo em que deprecia a moeda americana”, apontou o assessor.

Para Jeronimo, os bens de consumo a curto prazo, como alimentos e bebidas, são especialmente impactados por um cenário com o real desvalorizado. Com os custos de importação elevados, a produção de alimentos tende a ficar mais cara, elevando os preços e pressionando o IPCA. O assessor aponta ainda que, diferente da indústria, o impacto da taxa cambial tem um efeito menos imediato. “Nos bens de consumo de curto prazo, uma variação cambial apresentará efeitos no longo prazo”.

O assessor afirma que momentos como o cenário econômico atual exigem que o investidor aumente seu leque de atuação para otimizar o rendimento de suas aplicações. “Com os juros baixos e a inflação subindo, os investimentos tradicionais feitos como poupança ou aqueles que possuem rentabilidade atrelada à Selic, cada vez mais demonstram que perdem poder de rentabilidade e cabe ao investidor estudar o mercado e entender como vencer a inflação neste ambiente desfavorável”.

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Guilherme Guerreiro

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