Muitas vezes a contratação de um financiamento é feita de forma pensada, planejada e compatível com a realidade do nosso orçamento atual, ou pelo menos é como deveria ser. Por mais que tenhamos a consciência do exagerado pagamento de juros, esse é o preço que estamos dispostos a pagar para vivenciar o delicioso sabor da conquista.
Financiamentos são em sua maioria dívidas de longo prazo. E o grande problema em adquirir um compromisso para um longo período é que não temos certeza de como será o nosso futuro. Pode ser que aconteça um imprevisto que faça com que o pagamento das parcelas seja interrompido, ou então, que nossa renda aumente e surja a vontade de acabar logo com essa dívida. E é aí que começam os problemas!
A contratação de um financiamento representa um grande risco de inadimplência para a instituição, e é por esse motivo que o pagamento das primeiras parcelas do financiamento é praticamente de juros, e muito pouco de amortização da dívida. Sendo assim, desistir do contrato no meio do caminho não é um bom negócio, pois é bem provável que até então, você tenha feito apenas o pagamento dos juros, restando todo o valor do bem.
Nesse sistema, em um financiamento de 240 parcelas por exemplo, lá pela 120ª parcela é que o pagamento da dívida começa a ser maior do que o pagamento de juros. E é por isso que não é vantajoso pagar a primeira e a última parcela, já que o desconto de juros da última parcela será insignificante. Invista o dinheiro que seria utilizado para antecipar as parcelas e ele renderá mais do que o desconto oferecido.
Se você assina um contrato de 4 anos e no meio do caminho decide “quebrar” esse compromisso, você estará sujeito há penalizações. Antecipar parcelas é deixar de pagar o juros que você concordou em pagar anteriormente, e por isso, muitas vezes é previsto em contrato que apenas 80% dos juros serão abatidos. Mas, como no momento da negociação acredita-se que é necessário exatamente 4 anos para pagar a dívida, essa cláusula acaba sendo ignorada.
Se você tem um dinheiro investido que está te trazendo bons resultados, ou seja, esteja rendendo mais do que o custo financeiro que você está tendo com o financiamento, não vale a pena resgatar seu dinheiro e quitar a dívida. Para o futuro valerá mais a pena você continuar tendo ganhos que superam esse custo e seguir pagando a dívida de acordo com o planejamento.
E por último, deve-se ter em mente que o banco precisa ser remunerado ao longo do tempo e o custo que você vai adquirir um financiamento não é somente a taxa de juros, e sim todo o Custo Efetivo Total (CET) que inclui, além da taxa de juros, despesa do contrato, seguro, etc. Ou seja, mesmo que você pague em menos tempo, esses custos serão cobrados sobre o valor total concedido.
Portanto, contratar um financiamento nem sempre é uma dívida ruim. Você pode simplesmente escolher pagar um preço alto pelo seu sonho, mas poderá pagar um preço ainda mais alto se decidir mudar no ideia no meio do caminho.