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Ourinvest destaca recuperação da economia brasileira em meio à pandemia

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Nesta quinta-feira (17), o banco Ourinvest publicou em seu blog um relatório sobre o desempenho da economia brasileira em 2020 até o momento. O texto, assinado pelas economistas Cristiane Quartaroli e Fernanda Consorte, economista-chefe do banco, destaca a capacidade de adaptação e recuperação da economia brasileira em meio à pandemia de Covid-19.

“Se 2020 não estava nas previsões nem dos mais renomados gurus da astrologia, que dirá na bola de cristal dos economistas”, aponta o relatório das economistas, destacando a quantidade de eventos inesperados que ocorreram ao longo do ano no Brasil e no mundo. “Nos resta reconhecer, humildemente, que erramos. Erramos no começo, erramos no meio e é possível que a gente cometa algum erro também no final, que ainda está por vir e sequer sabemos quando.”

O texto destaca, porém, que a retomada das atividades e a recuperação econômica foram mais rápidas do que as projeções do início da pandemia. As projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil chegaram a apontar uma recessão superior a 9% em 2020 no relatório trimestral publicado em julho. No último relatório, porém, a entidade atualizou sua projeção para uma recessão de 5,8%.

As economistas destacam, porém, que há um desequilíbrio notável na recuperação econômica brasileira. O setor de serviços, por exemplo, apresentou uma recuperação bem mais lenta que os setores da indústria e do comércio, uma tendência que deve continuar pelos próximos meses, segundo o relatório.

“Mas, ainda assim, deveríamos aplaudir de pé a incrível recuperação do comércio e da indústria. Sem tapar o sol com a peneira sobre o restante do setor de serviços, que ainda vai levar um tempo para se recuperar”, afirma o texto. Para as economistas do banco, os principais fatores que aqueceram a economia brasileira e impulsionaram a recuperação econômica do país nos últimos meses foram:

  • Os programas de crédito: “superimportantes” para a sobrevivência de muitas pequenas e médias empresas.
  • Auxílio-emergencial: fundamental para a manutenção da renda média do brasileiro.
  • Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda: possibilitou a suspensão do contrato de trabalho e a redução de jornada com pagamento de uma complementação por parte do governo, e ajudou a evitar maior perda de vagas neste ano. Com isso, contribuiu também para a recuperação do emprego formal nos últimos meses.

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Rafael Freitas, assessor de investimentos na GX Investimentos, reforça a visão de que 2020 foi um ano para testar a capacidade de adaptação dos diferentes setores da economia brasileira. “ A pandemia deixou claro que é necessário ter a capacidade de se adaptar e sair da zona de conforto, seja na esfera governamental ou do pequeno empresário, autônomo, trabalhadores, às grandes empresas”, afirmou. Para o assessor, a pandemia forçou que empreendedores agilizassem o processo de digitalização de seus processos.

“Fatos como esse, aliados a medidas tomadas pelo governo, contribuíram para amenizar a grande queda projetada do PIB”, apontou Rafael. A opinião do assessor vai ao encontro com a análise das economistas do banco, que consideram que o “jeitinho brasileiro” foi um dos grandes responsáveis por amortecer a queda do PIB. “Ou seja, foi o dono do restaurante que fechou, que passou a vender marmita, foram os milhares de lojistas que se adaptaram, como foi possível, para começar a vender on-line ou de porta em porta, foram as academias com venda de treinos ”indoor”, e por aí vai”, afirmam as economistas Cristiane Quartaroli e Fernanda Consorte.

Questionado se a segunda onda da pandemia poderia ter um grande impacto na economia brasileira, Rafael Freitas apontou que o mercado brasileiro parece, de certa forma, adaptado aos novos tempos. “Enquanto vemos a Europa voltando a tomar medidas mais restritivas contra a disseminação do coronavírus, o Ibovespa recuperou as perdas do ano”.

“Especialistas divergem quanto à pandemia no Brasil. Alguns dizem que nem saímos da primeira onda, outros dizem que já estamos na segunda”, afirmou Rafael, admitindo que o cenário ainda é de incertezas para a economia brasileira. “Enquanto isso, ainda não temos uma política clara de como será feita a vacinação da população”. O assessor destaca, porém, que o início das vacinações no exterior são notícias recebidas com otimismo no Brasil, trazendo um pouco de alento e esperança ao mercado brasileiro.

Sobre os rumos do mercado brasileiro, as economistas do banco Ourinvest se mostram otimistas, apontando que o país parece trilhar um caminho de recuperação, ainda que seja surfando em um otimismo que surge de fatores externos, como as campanhas de vacinação que já se iniciaram no exterior. “Contudo, como sempre falamos aqui, ainda há muito trabalho pela frente e um crescimento sustentado da nossa economia vai depender muito da evolução da pandemia e das vacinas aqui no Brasil”, afirmam.

Por fim, o relatório da entidade destaca novamente as lições que 2020 trouxe para o mercado brasileiro. “Tivemos um ganho enorme em digitalização nas empresas e nas vidas das pessoas, e vamos encerrar 2020 em uma recessão não tão avassaladora como inicialmente imaginávamos. Diante das perspectivas iniciais, isso é até lucro”.

Imagem em destaque: Valor / divulgação

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Guilherme Guerreiro

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