Que 2020 está sendo um ano marcado por eventos inesperados, não há dúvidas. Durante o Natal não será diferente. Ao contrário das ceias tradicionais, marcadas por muita fartura, presentes para toda a família e todos reunidos, esse ano o brasileiro terá que se adaptar e usar a criatividade na data festiva.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas aponta que os itens consumidos na ceia tiveram, em média, uma alta de 15% no preço. O câmbio é dos principais fatores que influenciaram essa alta. Com a desvalorização do real frente ao dólar, a exportação acaba sendo favorecida, diminuindo a oferta interna. A oferta também foi impactada pela diminuição da área plantada, afetada pela seca e pelas queimadas em algumas regiões, que, consequentemente, ocasionam quebra de safra. Outro aspecto foi o aumento da demanda, puxada pela injeção de dinheiro na economia com o pagamento do auxílio emergencial e o aumento de consumo de alimentos pelas famílias, que passaram mais tempo em casa.
Existem algumas estratégias que ajudam a economizar, não só na ceia, mas que podem ser aplicadas em outras ocasiões, sendo elas a utilização de listas, ter mais de um orçamento antes de efetuar a compra e planejar com antecedência. Essas estratégias podem ajudar a manter controle sobre os gastos do capital disponível e evitar começar o ano com mais parcelas.
A utilização de lista, tanto de compras, quanto de convidados para a ceia pode evitar o desperdício de alimentos, característico de confraternizações fartas. Os orçamentos em diferentes fornecedores é o melhor caminho para encontrar oportunidades de promoções e até mesmo coletar argumentos que ajudem na negociação dos preços. Uma alternativa para baratear a ceia é substituir itens tradicionais que tiveram um aumento expressivo por outros que tiveram um aumento menor, como por exemplo, substituir as tradicionais castanhas por amendoins. Além disso, o planejamento te ajudará a ficar dentro do orçamento previsto, sem entrar no vermelho.
Os Natais são sempre marcados por trocas de presentes, por ser uma data de grande apelo emocional. Somado ao recebimento do décimo terceiro salário, que injeta dinheiro no bolso de boa parte da população, as pessoas acabam mais propensas a presentar. Porém, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, realizou uma pesquisa que mostra que sete em cada dez consumidores pretendem economizar nos presentes de Natal. Dessa forma, a lista de presenteados pode diminuir. A busca por “lembrancinhas” deverá aumentar, dando fôlego ao orçamento.
Para economizar nas compras dos presentes, uma ideia é definir o valor teto a ser gasto no geral ou definir um teto a ser gasto por presenteado, e claro, usar a lista já citada para não perder o foco. Os “amigos-ocultos” também ajudam a economizar, mas até eles estão correndo risco de corte. Nos anos anteriores era muito comum cada pessoa participar de vários amigos-secretos realizados pelos diversos grupos de convivência, como o grupo dos colegas de trabalho, colegas de academia, da faculdade e outros ciclos sociais. Já neste ano, os consumidores irão participar de apenas alguns selecionados.
Apesar de o ano ter ficado marcado pelas crises na saúde e na economia, e o brasileiro ter que passar um Natal mais “regrado”, o componente principal não ficará escasso. O afeto permanecerá presente na data comemorativa, mesmo para aqueles que optarem pelas reuniões online, que podem ser uma alternativa como forma prevenção.
