O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu pela segunda vez um processo de impeachment durante seu mandato. O processo de afastamento do presidente foi aprovado nesta quarta-feira (13) na Câmara de Representantes do país. O pedido agora vai ao Senado do país, que inocentou Trump em 2019.
O pedido foi aprovado por um placar de 232 a 197. 10 dos 232 deputados que votaram a favor do processo de impeachment são republicanos. Donald Trump é o primeiro presidente da história do país a sofrer dois processos de impeachment na Câmara.
A ação foi comemorada pelo presidente eleito do país, Joe Biden.
O processo de impeachment de Trump faz parte de uma investida da oposição democrata do país, que considera a invasão no Capitólio grave demais para aguardar o fim natural do mandato. Trump termina sua administração no dia 20 de janeiro, quando Joe Biden será empossado.
O processo acusa Trump de praticar insurreição, inflamando a base de apoiadores a invadirem o Capitólio na semana passada. Cinco pessoas morreram no ato, incluindo um policial.
Os democratas trabalhavam com a possibilidade do vice-presidente do país, Mike Pence, usar a 25ª Emenda para afastar o presidente. Pence, porém, sinalizou que não vai invocar a Emenda, e que a ação seria inconstitucional. Mesmo assim, a Câmara aprovou o pedido na terça-feira (12) em um ato simbólico.
É a segunda vez que Trump sofre impeachment na Câmara de Representantes. Na primeira ocasião, o presidente foi acusado de pedir auxílio da Ucrânia em 2019 para ganhar vantagem nas eleições de 2020. Na época, o Senado do país inocentou Trump, mas tudo indica que a maré pode mudar.
Além do crescente número de políticos republicanos no Congresso que apoiam o processo de afastamento do presidente, as peças começaram a se movimentar nas lideranças. O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, já sinalizou para aliados que o afastamento de Trump é justo, e que seria um ótimo passo para a extinção do “Trumpismo” no partido. Segundo a Fox News, McConnell ficou “furioso” com os acontecimentos no Capitólio.
Mitch McConnell também sinalizou que deve votar o pedido no Senado depois que o mandato de Trump terminar.
Ainda é incerto se o processo irá ser aprovado pelo Senado. Embora os democratas tenham garantido maioria nas duas casas, enquanto a Câmara precisa de uma maioria para a aprovação ser efetiva, o Senado precisa de pelo menos 2 / 3 dos votos.
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A invasão no Capitólio
Semana passada, o mundo assistiu com olhos preocupados a invasão de apoiadores de Donald Trump no Capitólio do país. O protesto dos apoiadores do presidente estava sendo programado a meses, e a intenção era de interromper a cerimônia de contagem dos votos dos delegados, que dá a vitória nas eleições de 2020 à Joe Biden.
Cinco pessoas morreram na invasão, incluindo um policial que trabalhava no Capitólio. O FBI ainda procura uma extensa lista de pessoas que invadiram o prédio do governo, e prisões já foram decretadas para vários extremistas.
A oposição de Trump o acusa de inflamar pessoas a invadirem o Capitólio. Minutos antes da invasão começar de fato, Donald Trump havia feito um discurso para a multidão, repetindo as alegações infundadas de fraude e estimulando a população a fazer algo a respeito.
“Nós vamos andar até o Capitólio, e nós vamos festejar nossos bravos senadores e congressistas. Nós provavelmente não vamos estar elogiando alguns deles, porque você não pode levar o país com fraqueza. Você tem que mostrar força e ser forte”, disse Trump o discurso em Washington.
Trump chegou a comentar sobre a invasão no Capitólio em suas redes sociais, repetindo alegações de fraudes e dizendo não apoiar violência. A resposta das empresas foi enfática. Trump foi suspenso do Twitter e Facebook, e, dias depois, banido permanentemente das plataformas.
Embora as acusações contra o sistema eleitoral continuem, Trump já sinalizou uma transição de poder sem conflitos. Mesmo assim, o presidente não pretende participar da cerimônia de posse de Joe Biden.
Foto: Reuters / Divulgação
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