Neste domingo (17), após a Anvisa aprovar por unanimidade o uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19, o governo de São Paulo começou a aplicação do imunizante CoronaVac. A enfermeira Mônica Calazans, que atua na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, foi escolhida para ser a primeira vacinada no país.
Ao todo, 112 pessoas receberam a primeira dose da vacina ontem em São Paulo. Com o início da vacinação no estado, o governo federal antecipou a distribuição das doses da vacina aos demais estados e ao Distrito Federal, que estão autorizados a iniciar as suas campanhas de vacinação a partir das 17h (horário de Brasília) desta segunda-feira (18).
Cerca de 6 milhões de doses da CoronaVac serão aplicadas nesta primeira etapa de uso emergencial. Serão 1.357.640 doses destinadas ao estado de São Paulo, enquanto outras 4.636.936 serão distribuídas aos demais estados e ao DF. As doses em questão são de um lote importado, produzido pelo laboratório chinês Sinovac. A vacina é desenvolvida também no Brasil, através do Instituto Butantan.
O outro imunizante aprovado pela Anvisa para uso emergencial foi a vacina Oxford/AstraZeneca. O pedido de uso emergencial foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para um lote de 2 milhões de doses importadas do laboratório Serum, da Índia. A compra das vacinas, porém, não foi concluída e as doses em questão não têm data para chegar no Brasil. A Fiocruz também desenvolve o imunizante no Brasil.
PRODUÇÃO NACIONAL
No Brasil, como citado anteriormente, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz trabalham nos imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, respectivamente. O Butantan entrou nesta segunda-feira pela manhã com um novo pedido de uso emergencial da CoronaVac, desta vez referente às doses produzidas localmente pelo instituto.
Atualmente, o Butantan tem 4,8 milhões de doses já envasadas do imunizante, mas o pedido de uso emergencial engloba também a produção de outros 35 milhões de doses, podendo levar o total para quase 40 milhões de doses.
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As instituições sofrem, no entanto, com falta de insumos para produção das vacinas no Brasil. Com o estoque atual de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), princípio ativo da sua vacina, o Butantan projeta que não será capaz de fazer a formulação da CoronaVac a partir de janeiro. A embaixada brasileiro em Pequim já foi acionada para entender o motivo do represamento dos insumos.
No caso da vacina Oxford/AstraZeneca, a situação é ainda mais grave, já que os insumos para fabricação do imunizante na Fiocruz nunca chegaram em solo brasileiro, impedindo a formulação da vacina pela instituição. A entrega dos insumos estava prevista para dezembro de 2020, mas até agora não foi concretizada.
Tanto o Butantan quanto a Fiocruz esperam ser capazes de produzir os insumos para formulação dos imunizantes até o final do primeiro semestre. O Butantan espera conseguir dobrar sua capacidade de produção da vacina ainda essa semana, passando a formular 2 milhões de doses por dia da CoronaVac. Em entrevista à CNN neste domingo, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, afirmou que a fundação tem como objetivo produzir 700 mil doses do imunizante Oxford/AstraZeneca por dia.
VACINAÇÃO NACIONAL
A primeira versão do plano nacional de vacinação contra a Covid-19 foi apresentada no último mês de dezembro, sem especificar uma data para o início da vacinação em território nacional. Em um primeiro momento, serão vacinados profissionais da saúde, indígenas, quilombolas e idosos acima de 75 anos de idade.
As doses dos imunizantes estão sendo repassadas aos estados, que farão a distribuição dos imunizantes aos municípios junto ao Ministério da Defesa. Os locais de vacinação também serão definidos pelos governos estaduais.
Imagem em destaque: El País / divulgação
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