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Sem forward guidance e de olho na inflação, Selic pode subir em março

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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa de juros básica em 2% ao ano na última quarta-feira (20) não pegou ninguém de surpresa. A manutenção da Selic em sua mínima histórica era esperada por grande parte do mercado, assim como o fim da estratégia de forward guidance, que vinha ditando a política monetária brasileira ao longo dos últimos meses. Com a recente escalada da inflação, o aumento da Selic já está no radar do mercado.

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O forward guidance é uma ferramenta de política monetária em que o Banco Central sinaliza ao mercado a taxa de juros esperada para um determinado período, ajudando a manter as expectativas do mercado controladas. Com a ferramenta aposentada pelo BC, pelo menos por agora, abre-se a possibilidade para que a Selic volte a subir já no curto prazo.

No comunicado em que anunciou a manutenção da taxa de juros básica em 2% ao ano, o BC apontou ainda que o fim do forward guidance, porém, não significa que a taxa será elevada imediatamente. “O fim do forward guidance não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever”, apontou o comunicado.


Saiba mais

Copom mantém taxa de juros básico em 2% ao ano, mas extingue forward guidance


O BC projetou que a Selic deve fechar o ano em 3,25% ao ano e em  4,75% ao ano no final de 2022. Para boa parte do mercado, porém, a expectativa é que a taxa de juros alcance os 5% ao ano ainda em 2021, podendo chegar a até 5,5%. Ao longo de ontem (21), por exemplo, projeções apontavam uma chance de 85% de a Selic subir 0,25 ponto já na próxima reunião do Copom, marcada para o dia 17 de março.

Em entrevista ao Valor Investe, a economista-chefe da Canvas Capital, Camila Faria Lima, afirmou que espera uma taxa de juros básica encerrando 2021 em 4,75%. “Quando eu olho o comportamento da inflação, as defasagens das decisões de política monetária e a ideia do Copom de juro real neutro, acredito que a Selic encerrar o ano em 4,75% é compatível com esse cenário”, apontou.

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Guilherme Guerreiro

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