Nesta segunda-feira (25), o rompimento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (MG) completa exatamente dois anos. Segundo maior acidente ambiental da história do Brasil, a tragédia é também o maior acidente de trabalho da história do país, resultando em 259 mortes e 11 pessoas ainda desaparecidas.
Na última quinta-feira (21),no entanto, mais uma audiência entre a Vale (VALE3) e o governo de Minas Gerais terminou sem um acordo de indenização por parte da mineradora. Sem acordo de conciliação, o caso volta à 1ª instância para receber sentença do juiz Elton Pupo Nogueira.
A Vale, no entanto, tem até a próxima sexta-feira (29) para apresentar uma nova proposta de indenização. O governo de Minas Gerais busca uma indenização de R$ 54 bilhões, entre indenizações por danos econômicos e morais, enquanto as últimas ofertas da Vale não foram reveladas. A empresa, no entanto, fez uma oferta inicial de R$ 21 bilhões no início das tratativas com o governo estadual.
Em entrevista a jornalistas após a audiência, o secretário-geral do governo mineiro repudiou a postura da Vale durante as audiências e justificou a decisão do Estado de desistir das audiências de conciliação. Para ele, a Vale se comportou como se estivesse participando de um leilão.
Saiba mais
O que são fundos ESG e como identificá-los
Brasil tem índices históricos na exportação de principais commodities
“Não vamos nos lançar num leilão para definir o valor desse acordo. Os projetos que foram apresentados somam um valor que é o mínimo necessário para garantir a recomposição dos danos gravíssimos que foram causados. Discutir os valores como se estivéssemos dando lances não será aceito pelo estado”, apontou Simões. “Soa como se ela estivesse dando um presente a Minas Gerais”.
Para Simões, resta à Vale aceitar pagar o valor correto das indenizações, seja via conciliação ou condenação. “Que ela entenda que esse acordo será celebrado como o maior acordo da história do Brasil ou a condenação virá como a maior condenação da história do Brasil. Cabe à empresa decidir se ela quer passar para a história como aquela que, reconhecendo o que fez, resolveu reparar os danos ou que, não reconhecendo o que fez, irá esperar ser condenada”.
AÇÕES DA EMPRESA QUASE DOBRARAM DESDE A TRAGÉDIA
Desde o rompimento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, no dia 25 de janeiro de 2019, muita coisa mudou na Vale. Com a tragédia de Brumadinho, as ações da empresa despencaram cerca de 25% no primeiro pregão da Bolsa após a tragédia, no dia 28 de janeiro de 2019. Desde então, porém, as ações da empresa vem se valorizando, refletindo mudanças na governança da empresa e, principalmente, o aumento do preço do minério de ferro no mercado internacional.
As ações da Vale voltaram ao patamar pré-Brumadinho em janeiro de 2020, um ano após o rompimento da barragem no Córrego do Feijão. Com o minério de ferro fechando o ano de 2020 em alta de 74%, cotado a US$ 160 por tonelada, as ações da mineradora naturalmente dispararam ao longo do ano. Os papéis da mineradora quase dobraram desde Brumadinho, subindo 77% ao longo de 2020 e chegando a uma máxima histórica de R$ 103,35 no último dia 8 de janeiro.
Na última sexta-feira, último pregão da Bolsa, as ações da Vale (VALE3) encerraram o dia em queda de 0,20%, cotadas a R$ 93,17. O Ibovespa, no mesmo dia, caiu 0,80%, indo a 117.380 pontos. Desde o início do ano, porém, as ações da Vale já acumulam uma valorização de 7%. Nesta segunda-feira, a Bolsa segue fechada em razão do aniversário da cidade de São Paulo, feriado municipal.
Imagem em destaque: Agência Brasil / divulgação
Quer investir no mercado de ações mas não sabe por onde começar?
Preencha o formulário abaixo que um assessor da GX Investimentos irá ajudar em sua jornada a liberdade financeira