Um polêmica agitou o mundo dos videogames nos últimos dias. Isso porque as ações da GameStop (NYSE: GME) tiveram seu volume negociado na Bolsa de Valores de Nova York incentivado por um grande movimento, protagonizado pela venda a descoberto (short sellers) e daytraders (negociação que tem por objetivo a obtenção de lucro com a oscilação de preço, ao longo do dia, de ativos financeiros).
Atualmente, o valor de mercado da GameStop está na casa de US$ 4 bilhões, em uma realidade onde a varejista busca aperfeiçoar e desenvolver suas operações, em razão de uma nova era em se tratando de tecnologia e consumo de conteúdo.
No entanto, toda a movimentação se deu após uma alteração na gestão da empresa, onde o resultado foi positivo para investidores, em razão da aceleração das ações, que na semana passada subiram 83%. Na segunda-feira (25), as ações da varejista norte-americana de videogames chegaram a disparar quase 145%, atingindo outra marca recorde, depois de já terem disparado cerca de 245% desde o começo do ano.
Observando que o ex-CEO da Chewy, Ryan Cohen, enviou, em novembro do ano passado, uma carta pública ao conselho da GameStop sugerindo que fizesse uma correção, o que a realizar uma revisão estratégica, o que estimularia a empresa a maiores lucros e transformando assim a GameStop na “Amazon da indústria de videogames”.
Cohen animou ainda mais os investidores da varejista de videogames, ao entrar para o conselho da GameStop. Isso fez com que as ações da companhia pulassem de US$ 10,47, em 30 de outubro, para US$ 65,01, o que representa uma valorização plena de mais de 520% no período.
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Toda a movimentação foi fortemente impulsionada pelo grande otimismo dos “comprados” o que acabou por atrair olhares dos desconfiados quanto à empresa, em Wall Street. Conforme o divulgado pela FactSet (estabelecimento de dados financeiros e software que fornece dados e software integrados), atualmente a empresa tem mais de 138% de suas ações vendidas a descoberto (venda de um ativo ou derivativo que não se possui, esperando que seu preço caia para então comprá-lo de volta e lucrar na transação com a diferença), a maior proporção em todo o mercado norte-americano.
Para se ter uma ideia, na semana passada, mais precisamente na sexta-feira (22), quando as ações alcançaram mais de 51% em um pregão, 194 milhões de ações foram negociadas, número oito vezes maior do que o volume médio diário do último mês, de 23,8 milhões.Também atraiu os olhares dos players de Wall Street, aquisição acentuada de ações da GameStop por Cohen, em agosto de 2020, pouco antes de entrar para o conselho da varejista de videogames. Ele comprou por volta de 9 milhões de ações, com um preço médio de US$ 8,40 por papel, o que significa que já rendeu sete vezes o investimento inicial.
Há debates públicos sobre as ações da GameStop, desprezando os compradores nesse patamar de preço. A Citron Research (boletim online de investimentos) foi uma que protagonizou o debate. Na tentativa de explicar as razões de seu posicionamento, em transmissão ao vivo, informou que estava sendo hackeada e que as ações cairiam para US$ 20 “por conta e risco dos investidores”.
Mas o que se viu foi algo ao contrário. As ações continuaram subindo, o que pressionou boa parte dos vendidos no papel a se desfazerem de suas posições. Lembrando que quando um investidor se desfaz de uma ação descoberto, se ela for a zero o ganho é de 100%. Mas, se a ação continuar se valorizando, a perda pode ser imensurável.
Também chama a atenção, a conduta dos compradores da varejista de videogames, em sua maioria daytraders ou investidores em conjunto que, sem base nos fundamentos da empresa mas pelo simples fato do forte fluxo, procuram não deixar o preço cair. A comunicação entre eles, em sua maioria, se dá através de redes sociais ou fóruns de sites, onde expõem até os motivos da compra das ações.
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