Desde muito cedo, os pais começam a sonhar com o futuro dos seus filhos. Seja pensando na faculdade, em um intercâmbio, em uma viagem em família ou até mesmo em algum presente para a maioridade. Esse patrimônio pode ser construído com planejamento financeiro e algo que favorece a criação desse plano é o tempo disponível que as crianças têm a seu favor.
Primeiro passo: como abrir uma conta para investir pelo seu filho?
O processo de abertura de conta é bem mais simples que o imaginado. Basta solicitar a abertura através dos canais digitais da corretora que você escolher. Serão solicitadas documentações e assinaturas do menor e dos responsáveis. Para crianças com menos de 3 anos de idade, deverá ser enviado também uma cópia da certidão de nascimento.
Vale ressaltar que, nem todas as corretoras aceitam menores. Então procure saber se a corretora que você está cotando possui essa possibilidade. Outras aceitam menores, mas restringem o acesso a algumas áreas, como é o caso do Banco Inter que, apesar de possuir conta para menores, chamada de “conta kids”, não permite acesso ao home broker.
Segundo passo: qual o prazo disponível?
Quando o assunto é investimento, uma das métricas mais importantes é o prazo. A partir dele podemos ponderar o risco e determinar a liquidez necessária. Assim, fica mais fácil filtrar os ativos nos quais investir para seu filho. Supondo que a criança tenha menos de dois anos de idade e a meta seja custear uma faculdade privada, temos pelo menos um horizonte de 15 anos. No longo prazo, tomar um pouco mais de risco pode ser uma boa estratégia para o crescimento patrimonial.
E por fim, e talvez o mais importante, o terceiro passo: quais os investimentos indicados para compor uma carteira infantil?
Pensando no longo prazo, a estratégia mais recomendada seria a chamada “buy and hold”, ou seja, comprar e segurar. Ao longo dos anos, apesar de passarmos por várias crises econômicas, a bolsa de valores mantém seu crescimento. Para ilustrar, abaixo temos o gráfico do índice Ibovespa nos últimos 5 anos, que saiu de 38 mil pontos para 118 mil pontos, considerando o fechamento do dia 21 de janeiro.
Sendo assim, uma carteira de renda variável pode ser uma ótima alternativa de poupança e acúmulo de patrimônio. Para gerenciar o risco, a diversificação entre ativos como ações, ETF’s e fundos imobiliários, pode e deve ser adotada, desde que haja o reinvestimento dos dividendos recebidos para dar um efeito de “juros compostos”. Além disso, falando em ações de empresas, pode ser aplicada a diversificação entre setores mais voláteis e menos voláteis, como varejo e elétricas.
Para os pais mais conservadores, os Tesouros IPCA+ e Tesouro Selic podem ser boas alternativas. O Tesouro IPCA+ irá proteger os recursos investidos contra a variação da inflação no período e o Tesouro Selic possui o menor risco e maior liquidez da renda fixa. Mas lembre-se que, antes de montar a carteira para seu filho, você deve procurar garantir sua própria reserva de emergência para que não ocorram interferências nos investimentos no futuro da criança ou adolescente.