Nesta segunda-feira (25), o novo presidente dos EUA Joe Biden, assinou um decreto com objetivo de fortalecer o programa econômico “Buy American”, que encoraja o governo federal a comprar produtos e contratar serviços de empresas estadunidenses. O Buy American não é exatamente uma novidade nos EUA, e vem sendo implantado ocasionalmente tanto por governos do Partido Democrata quanto por governos do Partido Republicanos.
Para te deixar por dentro do assunto, preparamos um conteúdo explicando como funciona o programa e quais seus impactos na economia norte-americana e mundial. Confira:
O QUE É?
Como o próprio nome diz, o Buy American é um programa econômico que estimula a compra de produtos e contratação de serviços de empresas locais pelo governo norte-americano. Foi implementado pela primeira vez em 1933, no governo do republicano Herbert Hoover como forma de combate à crise econômica da época, a Grande Depressão.
O presidente em exercício tem o poder de cancelar o Buy American Act em casos de acordos internacionais, como acordos comerciais, etc. O programa tem um impacto na economia norte-americana, uma vez que o governo estadunidense tem orçamento de compras na casa dos US$ 400 bilhões ao ano, uma quantia que pode ser aumentada significativamente com medidas de combate à atual pandemia de Covid-19 e a crise econômica que a acompanha.
O Buy American é uma medida protecionista por parte do governo estadunidense, que busca fomentar a circulação local do dólar americano. A implementação do programa, de acordo com Biden, é apenas o primeiro passo do governo norte-americano nesta direção.
“A administração anterior não levou isso a sério. As agências federais dispensaram o Buy American sem muita resistência”, apontou o presidente, se referindo aos esforços da gestão anterior, do ex-presidente Donald Trump, de estimular a recuperação da manufatura norte-americana. Para Biden, os esforços da gestão de Trump foram insuficientes.
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RECEPÇÃO
O Buy American foi bem recebido pelos setores industriais e prestadores de serviços norte-americanos, especialmente por pequenos empreendedores. O setor industrial estadunidense já se encontrava em baixa antes da pandemia, com uma redução gradual do consumo de produtos nacionais no mercado doméstico. O Instituto de Estatísticas Trabalhistas dos EUA estima que cerca de 7,5 milhões de postos de trabalho no setor industrial foram extintos desde 1980 nos EUA.
Mesmo com o movimento visto com otimismo, para muitos empresários do ramo industrial, ainda há o receio que os esforços de Biden para estimular a atividade do setor sejam insuficientes para salvar o setor. Alguns setores, como o têxtil, ainda não tiveram o retorno esperado com as medidas de Trump e permanecem céticos com as novas medidas.
Shaffiq Rahim, presidente da Hi-Tech Engineering, porém, vê com bastante otimismo as medidas da administração de Joe Biden. Em entrevista ao NBC News, o executivo afirmou que as medidas protecionistas permitem às empresas norte-americanas focar mais na qualidade do produto, e não necessariamente reduzir custos para concorrer com o mercado importados da China, por exemplo.
Parceiros comerciais dos EUA acompanham de perto o desdobramento do fortalecimento do Buy American e devem se esforçar para que Biden volte atrás da decisão. O programa deve trazer prejuízo a grandes exportadores que tem os EUA na sua rota de vendas, uma vez que as receitas devem ser impactadas negativamente. No Canadá, o Partido Conservador pediu que o governo dos EUA revise a decisão de fortalecer o Buy American, que deve impactar diretamente a economia canadense.
Imagem em destaque: NY Times / divulgação
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