Em 2020, a B3 alcançou a marca de 3 milhões de investidores pessoa física, uma marca expressiva que mostra como a Bolsa brasileira vai, a passos largos, se popularizando e se tornando uma alternativa de renda a uma parcela cada vez maior da população do Brasil. Essa popularização da Bolsa anda lado a lado com outro fenômeno: a ascensão dos “gurus do mercado”, influenciadores que falam sobre o mercado de investimentos e, geralmente, com foco em operações de day trade.
O day trade é uma operação de compra e venda de ativos em um mesmo dia, ou seja, é uma operação que visa lucrar a partir das oscilações constantes do mercado de ações. Não é uma operação com foco a médio e longo prazo, onde os investidores avaliam fatores diferentes, como resultados operacionais de uma determinada empresa e potenciais payrolls, por exemplo.
Existem duas maneiras de realizar essa operação de day trade: o investidor pode operar comprado ou operar vendido. Ao operar comprado, o investidor faz a aquisição da ação em baixa e, na mesma sessão da Bolsa, o revende a um preço maior, lucrando com a valorização do ativo. Ao operar vendido, o investidor vende uma ação em alta e, posteriormente, a recompra em um momento de baixa, lucrando com a desvalorização do ativo.
Segundo apresentado no último domingo (31) no programa Fantástico, da Rede Globo, o day trade vem sendo uma das modalidades de aplicação que mais crescem no Brasil. Entre 2017 e 2020, o número de aplicações em day trade subiu de 143 mil para 1,140 milhão de operações de day trade na Bolsa. Investidores são atraídos para a prática com a promessa de grandes margens de lucro em curto prazo, um discurso muitas vezes espalhado pelos gurus do mercado.
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A realidade, porém, é bem diferente do que os anúncios nas redes prometem aos investidores novatos. Segundo estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2020, a maioria dos investidores que começaram a operar com day trade entre 2013 e 2016 desistiu das aplicações até 2018 em razão do baixo rendimento. Entre os mais de 98 mil investidores cobertos pelo estudo, apenas 76 tiveram um rendimento médio igual ou superior a R$ 300,00 por dia.
Lucrar com day trade é difícil e é a realidade de uma parcela minoritária dos investidores que se aventuram neste tipo de aplicação. Assim como qualquer tipo de aplicação, o day trade exige que o investidor estude e entenda a natureza daquele mercado em que está investindo.
Para Norton Fabrizio, sócio e assessor de investimentos na GX Investimentos, muitos investidores fracassam no mundo do day trade devido a uma ganância elevada, que faz com que os investidores criem expectativas incompatíveis com a natureza da aplicação. “Infelizmente, dentre as pessoas que buscam o day trade (ou qualquer outra modalidade no mercado financeiro), existem os levados pela ganância, com objetivo de ganhar dinheiro fácil e rápido”, apontou.
Para Norton, essas expectativas, aliadas à promessas tentadoras por parte dos “gurus do mercado”, faz com que novos investidores fiquem expostos a possíveis fraudes, que muitas vezes trazem consigo enormes prejuízos financeiros. “É aí que os influencers de plantão fazem a festa – vendendo cursos, acesso a grupos exclusivos, etc -, porque sabem que esses apostadores irão perder todo dinheiro”.
O day trade, porém, pode ser uma operação lucrativa para o investidor que a escolhe como principal forma de aplicação. “As pessoas precisam entender que o mercado financeiro não é cassino, exige muito estudo, muito preparo técnico e emocional, como em qualquer outra profissão” apontou Norton.
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