A possível prorrogação do Auxílio Emergencial preocupa Campos Neto, presidente do BC. Caso a renovação do programa fure o teto de gastos, o Brasil mostrará aos investidores que não consegue cumprir com as responsabilidades fiscais. Para Campos Neto, a recuperação econômica do país está lenta.
Em marcha lenta, a vacinação no Brasil já atingiu 4 milhões de pessoas. A média móvel de mortes dos últimos 7 dias permanece acima de 1.000 a mais de 20 dias.
Esses e outros destaques você confere agora.
CAMPOS NETO: RECUPERAÇÃO EM ‘V’ PERDEU MOMENTUM E QUASE NÃO HÁ ESPAÇO PARA NOVO AUXÍLIO EMERGENCIAL
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (09) que a recuperação em ‘V’, comumente citada pelo ministro da Economia Paulo Guedes para descrever a recuperação econômica pós-pandemia no Brasil, perdeu “momentum”. Em um evento virtual promovido pelo Observatory Group, o presidente do BC disse que muitos aspectos da inflação são temporários e que é importante mirar no longo prazo.
“Entendemos que há muito barulho no curto prazo, temos dito que achamos que muitos componentes da inflação são temporários, reconhecemos que a inflação se espalhou mais do que esperávamos, os números do núcleo estão mais altos do que nós esperávamos”, disse Campos.
Campos se refere aos dados publicados ontem (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o IPCA de janeiro. A inflação foi de 0,25% no mês. Para 2020, a inflação ficou em 4,52%.
Para Campos, a nova variante de Sars-CoV-2 no Amazonas, assim como a lenta vacinação no Brasil, enfraquece a recuperação econômica, possível apenas após a superação da pandemia.
Campos também disse que a pouco, ou nenhum, espaço para um novo programa assistencial do Governo Federal.
“Achamos importante passar a mensagem para o governo de que temos espaço limitado para manobras. Temos que ser sérios sobre a narrativa que temos de ir em frente com o que será feito para alcançar a convergência fiscal”, disse Campos.
O teto de gastos continua sendo uma das maiores preocupações quanto à possível prorrogação do Auxílio Emergencial. O Governo Federal estuda reduzir o número de beneficiados pela metade, e efetuar pagamentos de R$ 200.
Furar o teto de gastos significaria uma perda significativa de confiança dos investidores no país, que vão considerar que o Brasil não consegue cumprir com as responsabilidades fiscais.
4 MILHÕES DE PESSOAS JÁ FORAM VACINADAS NO PAÍS, MAS DADOS AINDA PREOCUPAM
4 milhões de brasileiros já se vacinaram contra COVID-19. Embora o número seja positivo, apenas 50.000 pessoas já receberam a segunda dose de uma das vacinas distribuídas nacionalmente. A marcha do plano nacional de imunização está lenta, e pode trazer consequências econômicas graves para o país.
Embora economistas preveem um início de 2021 com inflação alta e uma melhora para o meio do ano, o atraso das vacinas e altas nos números de óbitos pela doença podem continuar empurrando a economia do país para baixo. Com restrições, fechamento de fronteiras e atraso na superação da pandemia, o Brasil pode terminar 2021 com uma economia tão prejudicada como em 2020.
As novas variantes do vírus também preocupam. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a nova variante amazonense da Sars-CoV-2 pode afetar a capacidade de imunização das vacinas. A nova variante na África do Sul também mostrou resistência às vacinas.
Enquanto a vacinação no país continua lenta, o Brasil registra 1.340 mortes em 24h, ficando acima dos 1.000 óbitos de média móvel a mais de 20 dias. 233.588 já morreram pela doença.
51.733 casos foram confirmados ontem, elevando o total para 9.602.034.
Saiba mais
Inflação foi de 0,25% em janeiro
AGENDA
Às 10h: Discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE).
BOLSAS E CÂMBIO
Os índices europeus apresentam resultados magros no início da manhã desta quarta-feira (10). As boas expectativas quanto ao pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão nos EUA, e o avanço das vacinas nos países, continuam.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): -0,15%, indo a 411,04 pontos
- DAX (GDAXI): -0,08%, indo a 14.000,50 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,26%, indo a 6.548,39 pontos
- CAC 40 (FCHI): -0,02%, indo a 5.690,51 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,18%, indo a 23.341,50 pontos
O Índice de Preços ao Produtor (PPI em inglês) da China representou um crescimento de 0,3% em janeiro, acima do esperado. O resultado refletiu bem nas bolsas do país, que fecharam o pregão com ótimos resultados.
- Hang Seng (HK50): +1,91%, indo a 30.038,72 pontos
- KOSPI (KS11): +0,52% , indo a 3.100,58 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +1,43%, indo a 3.655,09 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,19%, indo a 29.562,93 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +2,14%, indo a 5.807,72 pontos
Às 8h da manhã, os mercados futuros dos Estados Unidos apresentam resultados positivos:
- Nasdaq 100 Futuros: +0,45%, indo a 13.741,25 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,31%, indo a 31.376,0 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,35%, indo a 3.919,12 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quarta-feira (10):
- Às 9h05, o Dólar caiu +0,01%, a R$ 5,38
- Às 9h05, o Euro subiu -0,04%, a R$ 6,52
Foto: Agência Brasil / Divulgação
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