Segundo dados do IBGE, 67,5% das famílias brasileiras possuem dívidas, sendo que 26,7% dessas famílias já se encontram inadimplentes. Dados como esse, deixam claro que a maior parte da população não possui controle financeiro, o que pode ser motivado por falta de conhecimento, orientação e até mesmo pela própria escassez de recursos.
Ser financeiramente equilibrado é o desejo de muitas pessoas. Porém grande parte dessas pessoas vê esse feito como algo inalcançável para a sua realidade e acaba vivendo num ciclo de tentativas frustrantes. Por isso fizemos uma lista com os principais passos que irão lhe ajudar a ter equilíbrio financeiro.
1 Negocie suas dívidas
Durante essa transformação na sua vida, você precisa sair da situação de endividamento e se tornar um investidor. Logo, o seu primeiro passo é negociar suas dívidas. Pode ser um processo difícil e cansativo, pois nem todos os credores podem estar dispostos a facilitar a negociação. Mas em alguns casos, você consegue quitar a sua dívida com valores próximos a 10% do saldo devedor.
Você deve aproveitar também a baixa dos juros para negociar. Atualmente, a taxa Selic, que é a referência para todo o mercado financeiro, incluindo produtos como empréstimos e financiamentos, despencou e está no mais baixo patamar histórico. Então use esse argumento a seu favor. Uma dica importante é não começar pela dívida maior, mas sim pela que você tem mais chance de conseguir pagar dentro das suas condições atuais.
2 Elimine parcelas
Aquela pequena parcela da sua blusinha parece inofensiva, mas depois somada com a parcela do sapato, com a parcela da TV nova e do celular do seu filho, ela deixa de ser inofensiva e vira uma vilã. Isso não quer dizer que você não pode parcelar suas compras. O grande problema é quando você compromete parte do seu orçamento mensal com várias parcelas de compras de benefício imediato, cujo efeito não gera segurança e estabilidade no longo prazo.
Para eliminar o hábito da compra parcelada, você deve ter paciência e foco, pois não será uma mudança que acontecerá do dia para a noite. Comece pelos itens mais baratos e aos poucos vá passando para os itens um pouco mais caros. Dessa forma você evita o desânimo e, a cada pequena compra efetuada sem o parcelamento, ficará mais motivado.
3 Tenha reserva de emergência
Depois de negociar suas dívidas e combater o comodismo das compras parceladas, o próximo passo é montar a sua reserva de emergência. Apesar de ser um assunto bastante discutido atualmente, a maioria das pessoas ainda tem dificuldade de reservar esse valor que deve ser destinado a imprevistos. A falta de flexibilidade no orçamento, ocasionado pelo excesso de comprometimento com parcelas, deixa o saldo justo e qualquer acontecimento pode resultar em uma dívida.
A referência usada para o montante da reserva de emergência é de seis vezes o custo de vida mensal, mas varia conforme seu nível de empregabilidade. Ou seja, se você é concursado sua reserva pode ser menor, por exemplo. E um detalhe muito importante é saber que o objetivo da reserva é dar a você segurança e não rentabilidade.
4 Consuma com qualidade
Consumir, nada mais é do que fazer escolhas. Você pode fazer uma boa ou uma má escolha ao consumir. Um exemplo de consumo ruim é a compra daquelas roupas que você nunca irá usar ou usará raramente. Uma escolha incoerente pode ser também o contrato de planos e assinaturas desnecessárias para sua realidade atual. Analise se você realmente precisa usar aquele aplicativo pago ao mesmo temo em que você está cheio de contas atrasadas.
O consumo de qualidade também está ligado à aquisição de produtos e serviços que lhe trarão um benefício permanente. Pode ser um livro, um curso, uma viagem que irá proporcionar a você novas experiências. Aqui você pode pensar também em eficiência: As compras que você realiza tem sido eficientes ou você acaba desperdiçando? Ou seja, você de fato consome tudo aquilo que leva pra casa ou alguma parte vai para o lixo?
5 Garanta sua aposentadoria
Você acha que ainda é cedo pra pensar na aposentadoria? Mas não era outro dia mesmo que você era só uma criança? O tempo passa rápido demais pra você correr o risco de não se planejar e você deve usá-lo a seu favor. Quanto antes você começar a se planejar financeiramente, melhor. Você poderá até parar de trabalhar com antecedência ou desenvolver outras atividades que goste sem se preocupar com a remuneração.
Para isso, além do plano comum fornecido pelo INSS, você pode aderir a uma previdência complementar ou buscar fontes de renda passiva. Coloque sua aposentadoria no radar e a inclua no seu orçamento mensal como um investimento para longo prazo.
6 Crie metas de curto, médio e longo prazo
As metas são fundamentais para se conseguir alcançar o equilíbrio financeiro, pois assim você terá maior controle sobre o seu fluxo de caixa. Determinando as saídas que irão ocorrer em curto, médio e longo prazo você pode fazer a provisão dos seus gastos fixos e incluir essas metas no orçamento para que não tenha saídas concentradas em determinados meses.
Lembrando que para ser considerada uma meta, você precisa determinar prazos e valores para alcançar seus objetivos. Sem esses parâmetros não é possível mensurar e avaliar a viabilidade de cada uma delas. E algo que não pode ser mensurado é apenas um sonho que pode vir a se tornar uma meta. Mas sem esses dados o sonho provavelmente ficará no papel (ou somente na sua imaginação).
7 Estude e invista
Um fator que vai acelerar a sua caminhada rumo à suas metas são os investimentos. Através dele você consegue potencializar os seus ganhos ao longo do tempo e ainda facilita o gerenciamento dos seus objetivos, usando o vencimento dos títulos escolhidos de acordo com os prazos de cumprimento das suas metas.
E se você quer investir cada vez melhor, não tem mágica, terá que reservar um tempo para o estudo. Recomendo que você estude, pelo menos meia hora por dia, algumas formas de cuidar do seu dinheiro. Pense em todo o esforço que você faz para tê-lo, nada mais justo que dedicar um tempo para aprender a fazer com que ele trabalhe por você.
8 Tenha equilíbrio
Equilíbrio é a palavra chave de tudo. Se você usufruir todos os seus ganhos hoje, provavelmente terá problemas no futuro. E se você reservar tudo para o futuro, não terá qualidade de vida no presente. Você não precisa sacrificar nenhum dos dois, nem o seu futuro nem o seu presente. Você precisa de equilíbrio para viver bem hoje, se planejando para o futuro.
Para isso, reserve uma parte dos seus ganhos para os investimentos de longo prazo e viva uma vida baseada em experiências e consumos que te darão um benefício permanente. Tenho certeza de que a compra de uma roupa cara por impulso não te dará tanta experiência e benefício como uma viagem a um local onde poderá explorar e conhecer culturas diferentes.
