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Decisão da Ford de parar produção no país vai impactar 160 revendas

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A rede Ford tem hoje 283 pontos de vendas no Brasil. Com a decisão da Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34), de parar de produzir carros no Brasil, anunciada em janeiro, cerca de 160 concessionárias deverão fechar suas portas, ou absorvidas pelo mercado e transformadas em revendas de outras marcas. Atualmente, o total destas concessionárias pertence a 138 empresários. 

Permanecem em atividade 120 revendas, consideradas viáveis para a reformulação da Ford, que terá atuação apenas como importadora de modelos premium. A empresa, que divulgou o descarte das revendas em carta aos seus distribuidores, considerou-as como “sem condições adequadas de continuidade”.

Com a dispensa passou a disputar concessionárias com outras montadoras que viram uma oportunidade para ampliar a presença no Brasil e até inaugurar lojas em locais onde não estavam representadas.

Há empresários, procurados por outras marcas, que já estão discutindo ajustes, sendo atraídos por pacotes interessantes, como linhas de crédito, carência e carros de segmentos que a Ford não terá mais. As lojas já estão sendo avaliadas quanto às finanças, vendas e até carteira de clientes. Empresários não estão abrindo os possíveis acordos em respeito a cláusula de confidencialidade.  

Segundo o mercado, a Ford já teria fechado alguns contratos de manutenção de revendas. Segundo a Associação Brasileira dos Distribuidores Ford (Abradif), estes são poucos. Lembrando que a associação é contra conversas individuais, defendendo negociações conjuntas.

Também aponta-se que a Ford, como importadora, necessita de menos da metade das concessionárias atuais para comercializar carros voltados à classe A, com preços a partir de R$ 160 mil que trará da Argentina (Ranger) e  EUA (Mustang), entre outros.


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Na lista da Ford estão revendas que apostaram em altos investimentos, (cerca de R$ 2 milhões, conforme o mercado do setor), tanto de inauguração quanto de reinauguração, com o novo padrão global de arquitetura da montadora. Entre eles estão os grupos Amazonas (São Paulo), Econorte (interior de São Paulo), Roma (Rio), GranVia (Pernambuco) e Forlan (Minas Gerais), todos com instalações modernas e oficinas com alta tecnologia.

Atenta-se ainda ao fato que mesmo fora da rede Ford, as concessionárias descartadas terão que continuar prestando serviços aos carros em circulação, pois há por volta de 500 mil veículos rodando pelo país e dentro do prazo de garantia de três anos. 

Antes de parar com a produção, a Ford possuía 7,5% do mercado. Essa fatia está sendo agora pleiteada por marcas que disputam as revendas. Mesmo com o mercado na retranca, os fabricantes se interessam pela carteira de contatos e fidelidade de clientes.

A busca por revendas mais lucrativas da Ford, alvo de concorrentes, acontece no mesmo momento em que a Ford encontra dificuldades para negociar – a indenização aos revendedores – com a Abradif, sendo que alguns já estão no mercado há mais de seis décadas e atuam como empresas familiares. A associação acredita em um consenso, sem a necessidade da intervenção junto à Justiça. 

Um dos entraves na negociação entre a Ford e a Abradif é que a montadora quer pagar de acordo com o faturamento da loja nos últimos 24 meses, deixando de fora da conta as vendas diretas (frotistas e locadoras) e a venda para pessoas com deficiência, mercado que representou mais de 40% dos negócios de veículos zero no período citado. Estas vendas são feitas pelas montadoras, mas passam pelas revendas para entrega e serviços de revisão. 

A  associação tem como cláusula de negociação, a retirada do ano passado, em função da crise mundial na saúde. Ano em que as revendas amargaram as mais baixas vendas dos últimos anos, com registro de queda de 218, 5 mil carros em 2019 para 39,2 mil em 2020. A Abradif já tem cálculos com os quais negocia. esses cálculos mostram que as concessionárias investiram R$1,5 bilhão, e esta cifra que a associação quer que seja paga. Outro pedido é que a Ford assuma os custos trabalhistas das demissões

Em nota, a Abradif condenou as negociações individuais, caracterizando-as como “assédio moral negocial” e ressalta que cada concessionária perdeu mercado com o fim da produção do Ka e EcoSport, que respondiam por 85% das vendas. A Ford, por sua vez, respondeu que irá continuar com este modelo de negociação, pois é mais ágil e diminui o impacto do período de transição. A respeito da perda de mercado, a Ford respondeu que oferece as revendas que continuam com a montadora, acordos robustos para participar de sua nova fase como importadora.

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