Uma semana após a demissão do presidente da Petrobras, a companhia fez o quinto aumento nos preços no ano. No mesmo dia, Bolsonaro assina decreto e MP que devem zerar imposto sobre diesel e gás de cozinha, além de aumentar a tributação sobre instituições financeiras.
O Brasil bateu mais um recorde de mortes dos últimos sete dias pela COVID-19. Segundo especialistas, o cenário em março é de guerra.
Esses e outros destaques você confere agora.
BOLSONARO ZERA IMPOSTOS SOB DIESEL E GÁS DE COZINHA E TAXA BANCOS
O presidente Jair Bolsonaro determinou ontem (01) em decreto editado que PIS/Cofins sob o diesel e gás de cozinha sejam zerados nos meses de março e abril para o diesel, e indefinido para o gás de cozinha. Para arcar com os custos e manter o país dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, o presidente aprovou uma MP aumentando a tributação para instituições financeiras.
O imposto sob diesel e gás de cozinha acontece depois de uma série de greves dos caminhoneiros por todo o país. Por mais que o movimento não tenha conseguido uma adesão nacional, foi o suficiente para pressionar o Governo.
Com as medidas, a arrecadação sob o diesel e GLP deve cair em R$ 3,67 bilhões em 2021.
A ação vem depois de uma semana difícil do Governo Federal. O chefe do executivo demitiu o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e prometeu intervir em outros setores, além de zerar o imposto sob gás de cozinha.
Em Medida Provisória, Bolsonaro também mudou as regras do Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI), aumentando a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras.
PETROBRAS AUMENTA PREÇOS DA GASOLINA E DIESEL NAS REFINARIAS
A Petrobras anunciou que aumentará mais uma vez o preço da gasolina e diesel nas refinarias. É a quinta alta no ano. O aumento na gasolina deve ser de R$ 0,12 por litro, elevando o total por litro para R$ 2,60. O diesel aumentará R$ 0,13, indo a R$ 2,71 por litro.
O aumento acontece uma semana depois do presidente Jair Bolsonaro demitir o presidente da Petrobras após embates políticos. Para o presidente, além da falta de alinhamento do Roberto Castello Branco, os preços praticados são abusivos.
O mercado ainda está apreensivo a respeito da nova administração na estatal. No caso de rompimento com os preços administrados internacionalmente, o Brasil corre o risco de ter seu nível de credibilidade reduzido.
NO 40º DIA ACIMA DAS 1.000 MORTES EM MÉDIA MÓVEL, BRASIL BATE NOVO RECORDE DE MORTES NOS ÚLTIMOS SETE DIAS
Com 818 mortes por COVID-19 confirmadas ontem (01), o Brasil já soma 255.836 óbitos pela doença desde o início da pandemia.
É o 40º dia acima das 1.000 mortes em média móvel. O número chegou a 1.223 ontem (01), batendo mais um recorde.
17 estados da federação estão com seus leitos acima dos 80% de ocupação. Em algumas capitais, o sistema de saúde já colapsou.
Em entrevista para a BBC, Margareth Dalcolmo, professora e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), diz que o mês de março deve ser difícil:
“E agora eu não tenho dúvida de que teremos o mais triste março de nossas vidas. Isso é resultado do Carnaval e do descompasso entre o que nós, cientistas, dizemos, e o que as autoridades afirmam”, diz a professora e pesquisadora.
Outros especialistas dizem que a situação vista em Manaus será vista em todo território nacional.
“O cenário da pandemia para as próximas semanas se revela dramático. O que foi vivenciado em Manaus é o que devemos ter no resto do país nas próximas semanas”, disse Raquel Stucchi, professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, para a CNN Brasil.
A tese é corroborada com os acontecimentos em Santa Catarina. Pela primeira vez desde o início da pandemia, o estado vai transferir pacientes com COVID-19 para o Espírito Santo, por conta da falta de leitos.
Ontem (01), 19 governadores mandaram uma carta ao Governo Federal, rebatendo uma série de tweets de Bolsonaro mostrando valores de repasses para todos os estados. Para governadores, o que foi passado é o mínimo e uma “obrigação constitucional” do governo, não um favor.
“Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o Governo Federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população”, diz a carta.
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AGENDA
Às 5h: o IPC-Fipe mensal é divulgado.
BOLSAS E CÂMBIO
Com a maioria dos seus índices apresentando resultados positivos, os mercados europeus apresentam ganhos magros no início da manhã. O baixo preço dos commodities pesou sobre os índices, que têm tendência positiva para essa semana.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,44%, indo a 414,24 pontos
- DAX (GDAXI): +0,26%, indo a 14.048,70 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,57%, indo a 6.625,91 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,32%, indo a 5.811,27 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,08%, indo a 23.284,50 pontos
Influenciados por Wall Street, os índices asiáticos fecharam de forma mista.
- Hang Seng (HK50): -1,21%, indo a 29.095,86 pontos
- KOSPI (KS11): +1,03% , indo a 3.043,87 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -1,21%, indo a 3.508,59 pontos
- Nikkei 225 (N225): -0,86%, indo a 29.408,17 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -1,28%, indo a 5.349,63 pontos
Às 8h da manhã, os mercados futuros dos Estados Unidos apresentam resultados negativos. Riscos de um aumento nas taxas de juros do país gerou uma onda de ansiedade entre os investidores.
- Nasdaq 100 Futuros: -0,42%, indo a 13.224,12 pontos
- Dow Jones Futuros: -0,23%, indo a 31.438,0 pontos
- S&P 500 Futuros: –0,37%, indo a 3.884,38 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta terça-feira (02):
- Às 9h05, o Dólar subiu +0,83%, a R$ 5,64
- Às 9h05, o Euro subiu +0,98%, a R$ 6,81
Foto: Agência Brasil / Divulgação
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