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BR e Raia apresentam resultados do 4T20; Oi, Claro e Vivo enfrentam o Cade; Totvs e Minerva investem em aquisições e Magalu expande serviços

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Historicamente os números no quarto trimestre apresentam são bem mais significativos que os apresentados durante os demais trimestres. No entanto, fatores como a retomada da economia, o estímulo ao crédito, a retomada do auxílio emergencial e a alta dos preços das commodities podem ter beneficiado ainda mais as empresas ao longo da agenda de resultados do quarto trimestre.

Os investidores estão atentos de como a economia e o PIB em 2020 se refletem no resultado das companhias no 4T20, sobretudo naquelas com capital aberto na bolsa. A projeção é de números fortes, principalmente entre as varejistas e as empresas de commodities. Investidores também estão de olho em transações e aquisições, bem como no comportamento das empresas frente ao mercado.

BR DISTRIBUIDORA (SA:BRDT3)

Registrando um lucro líquido de R$ 3,148 bilhões, a BR Distribuidora (SA:BRDT3), divulgou o seu 4T20, frente a um resultado de R$ 96 milhões em igual período em 2019. Esse foi o primeiro trimestre em que os volumes consolidados voltaram a apresentar crescimento frente ao seu equivalente pré-pandemia. A maior distribuidora do país afirma ainda que no período o reconhecimento dos créditos do PIS/Cofins teve carga positiva de R$ 647 milhões, enquanto o ganho atuarial por uma mudança do plano de saúde atingiu 2,13 bilhões de reais, alavancando o lucro. 

O Ebitda ajustado atingiu R$ 1,6 bilhão no 4T20, registrando uma alta de 70,6% na comparação anual, enquanto a receita líquida subiu 0,6%, a R$ 24,3 bilhões. O volume de vendas avançou 3,5% no período, para 10,278 bilhões de litros, compensando a queda verificada na demanda de querosene de aviação.

Em termos anuais, o lucro líquido foi de R$ 3,9 bilhões em 2020, alta de 76,6%, enquanto o Ebitda ajustado totalizou 3,811 bilhões de reais, representando uma alta de 21,7%. O volume de vendas em 2020, período de crise na saúde mundial, teve um retrocesso de 8,5% frente ao registrado em 2019, somando 36,75 bilhões de litros. Com estes números, a BR Distribuidora fechou 2020 com dívida líquida de R$ 4,7 bilhões de reais, alta de 6,3% no ano a ano. 

RAIA (SA:RADL3)

A Raia Drogasil (SA:RADL3), que fechou o ano de 2020 com 2.299 lojas, apresentou lucro líquido de R$ 198,492 milhões no 4T20, ou seja, uma alta de 38,5% em relação ao mesmo período de 2019. Em todo o ano, a rede de drogarias somou lucro de R$ 579,259 milhões, também registrando uma alta de 6,7% ante 2019. A receita bruta somou R$ 5,868 bilhões e R$ 21,180 bilhões no 4T20 e em todo o ano passado, com respectivas altas de 16,6% e de 15,1%. A dívida líquida fechou 2020 em R$ 773,1 milhões, com recuo de 6,5%. 

O lucro ajustado somou R$ 213,672 milhões, subindo 26,6% na comparação anual. Já em todo 2020, os ganhos ajustados somaram R$ 600,984 milhões, avanço de 2,3%. O Ebitda ajustado chegou a R$ 430,843 milhões n, representando um crescimento de 22,9% na comparação com igual intervalo de 2019. 

Nos 12 meses de 2020, a empresa somou R$ 1,429 bilhão de Ebitda, avanço anual de 6,3%. Em contrapartida, a Ebitda sem ajuste ficou em R$ 407,8 milhões, um acréscimo de 13,6% na comparação anual. A alavancagem caiu de 0,7 vez ao fim de 2019 para 0,6 vez em dezembro de 2020.

OI (OIBR3 OIBR4), a VIVO Telefônica (VIVT3) e CLARO

Enquanto empresas apresentam seus resultados do 4T20, a Oi (OIBR3 OIBR4), a Vivo Telefônica (VIVT3) e a Claro enfrentam um possível processo por prática de cartel em licitações públicas, movido pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Essa prática está sendo reportada ao pregão realizado pelos Correios, em 2015. 


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Em razão disso, as empresas poderão ter que desembolsar multas sobre o faturamento bruto. No caso da Oi, 4%; a Claro, 5% e no caso da Vivo, 4%. O caso agora vai para o pleno de conselheiros do Cade, que terão a palavra final, rejeitando ou acatando a recomendação.

A Oi rebate a acusação e afirma que não houve nenhuma conduta anticompetitiva, com o processo para formação do consórcio observando a legislação vigente e aplicável ao caso. A Vivo também refuta o posicionamento do Cade, dizendo que sua conduta foi transparente. A Claro entende que não houve qualquer prática anticompetitiva no caso e vai reiterar seus argumentos ao Tribunal. 

TOTVS (TOTS3)

Enquanto isso, a Totvs (TOTS3) anuncia a compra da empresa RD Station, startup com sede em Florianópolis (SC) e líder do segmento de marketing digital. O contrato, para a compra de 92% do capital social, é de R$ 1,861 bilhão. Destaca-se que o fechamento da transação ainda depende da aprovação das autoridades concorrenciais brasileiras.

 A ação da Totvs (TOTS3) encerrou o dia em alta de 4,05%, valendo R$ 29,52. No ano, os papéis têm alta de 2,79%, frente ao fechamento a R$ 28,72 em dezembro de 2020. A RD Station tem sua receita líquida prevista para este ano em em torno de R$ 206 milhões, ou seja, uma alta de 46% desde 2016.

FERBASA (FESA4)

Também no ritmo de aquisições, a Ferbasa (FESA4) divulgou que já concluiu as negociações para Fazenda Campinhos, no valor de R$ 200 mil. A aquisição está vinculada à celebração de um acordo, nos autos de uma Ação Ordinária de Indenização, promovida por Salinho José Vieira Pereira, em trâmite na comarca de Campo Formoso-Bahia. A Fazenda Campinhos tem aproximadamente 3,13 hectares e fica situada nas proximidades do município de Campo Formoso-Bahia.

MINERVA (BEEF3)

No rastro de investimentos, a Minerva (BEEF3) anunciou a intenção de um aporte de até R$ 29 milhões na startup Shopper, um sistema online de compra e reabastecimento de itens de consumo doméstico como alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal. Com este valor, a Minerva vai encabeçar a nova rodada de captações (Series B) da startup. O valor total será de R$ 120 milhões. O investimentos prevê também um acordo operacional de fornecimento de produtos à Shopper, além de auxílio no gerenciamento da operação de venda de carnes.

Com mais de 350 mil usuários cadastrados na plataforma, a startup tem operações em 21 cidades do estado de São Paulo. O CAGR é de 295% desde sua fundação em 2015 e NPS (Net Promoter Score) de 84, considerado um dos mais significativos do segmento. A Minerva considera a Shopper uma oportunidade singular que contribui para o fortalecimento do canal de vendas digitais da Minerva Foods.

MAGAZINE LUIZA (MGLU3)

Frederico Trajano, principal executivo do Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo no País, disse que não há boas perspectivas no Brasil para a economia e a política nos próximos meses, alertando que a hora é de utilizar as ferramentas necessárias e apropriadas para alcançar o crescimento. Lembrando que o Magalu tem atualmente 800 das suas 1.301 lojas fechadas por conta das restrições da pandemia. 

O CEO aposta no ambiente digital (acelerado pela pandemia) para o crescimento da empresa nos próximos anos. Ele divulga que no ano passado ⅔ das vendas totais de R$ 44 bilhões do Magazine Luiza foram online. São cinco os focos que o Magalu vai centralizar forças no online: no varejo alimentar, no delivery de comida, no segmento de moda e beleza, na oferta de serviços financeiros e de anúncios. 

Para começar o processo, é preciso que o Magalu atraia mais vendedores para a plataforma digital. Quando estiverem no portal, esses vendedores vão pagar por anúncios e serviços financeiros. Dos 5,7 milhões de varejistas no País, 47 mil estão no marketplace do Magalu. Nos últimos anos, a varejista investiu na compra de empresas de logística. A ideia agora é avançar no segmento de entregas e para isso vai investir pesado em pontos de apoio logístico para os ‘sellers’ e aumentar o número de centros de distribuição. As próprias lojas servirão para compor estes pontos.  

Trajano ilustrou seus projetos, informando que o varejo brasileiro representa R$ 1,2 trilhão ao ano, sendo que o Magalu detém  3,5%, com vendas de R$ 44 bilhões. Mas o potencial do mercado online no País é de R$ 331 bilhões, segundo dados do IPCMaps 2020, relatados pela varejista. 

Em varejo alimentar, o mercado no País é de R$ 535 bilhões, com potencial para R$ 64 bilhões para o online. Em moda & beleza, onde a varejista já atua com as marcas Netshoes, Zattini e Época Cosméticos, o mercado brasileiro soma R$ 223 bilhões. O potencial das vendas online é de R$ 67 bilhões, enquanto a fatia do Magalu está em R$ 5 bilhões. 

Mas é no setor de delivery de comida, que o empresário pretende investir mais forte. Com cerca de 20 mil restaurantes hoje, o alvo do Magalu é 1,6 milhão de restaurantes.

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