O crescimento e geração de valor de empresas, marcas e líderes passam pelo desenvolvimento de negócios com Propósito, Inovação e Impacto
Nos últimos 25 anos tive a oportunidade de participar de grandes times de gestão de negócios em organizações como Dudalina, AmBev, Oi Telecom e Grupo RBS e ao longo deste período puder acompanhar de perto as transformações na visão e nos modelos de liderança das corporações. Entre as (boas) mudanças mais profundas e recentes, podemos afirmar com certeza que Propósito e Impacto formam a agenda das empresas de sucesso na nova economia.
As organizações, independentemente de seu porte, região, ou mercado de atuação, que tem como objetivo ocupar espaço em seus segmentos e qualificar a percepção de valor de seus produtos e serviços saindo da disputa de preços e se posicionando como conceito precisam estar em sintonia com as demandas de um novo padrão de consumo e de novas exigências dos clientes.
Para um número crescente de consumidores, cabe as empresas abraçarem causas que contribuam para um mundo melhor, ampliando seu papel, indo além de ofertar produtos e serviços de qualidade.
Modelos de negócios que sejam inovadores e gerem impacto transformador são os elementos que realmente agregam valor. Neste cenário, cresce a disseminação do conceito ESG (termo globalmente usado para organizações que buscam implantar melhores práticas de responsabilidade social, meio ambiente e governança) entre as empresas. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) que reúne empresas que atendem critérios de sustentabilidade, desde a sua criação apresentou rentabilidade de 25 pontos percentuais acima do Índice Ibovespa. O mercado tende a valorizar cada vez mais empresas alinhadas com praticas ESG por perceber que são organizações mais preparadas para compreender e ofertar soluções para os novos perfis de consumo, por estarem mais resilientes diante de adversidades na medida em que possuem modelos de gestão que mitigam risco e ampliam políticas de transparência com os stakeholders, e pelo potencial de liderarem transformações em suas indústria de atuação em função de estarem conectadas com diretrizes aderentes as novas demandas da sociedade.
No entanto alinhar a estratégia de uma empresa em torno de uma agenda ESG não é suficiente pois o grande desafio está na mudança de cultura organizacional e na capacitação e execução por parte dos líderes e equipes, especialmente aquelas voltadas ao mercado e relacionamento com clientes e parceiros de negócios. A área comercial das empresas, em especial, está em contato direto com clientes, suas necessidades e objeções, e com as movimentações do mercado, podendo ser o grande fator de oxigenação e transformação das empresas com insights e uma visão de fora para dentro.
Os desafios de crescimento e geração de valor das empresas e marcas brasileiras passam por incorporar a agenda ESG com as diretrizes do Pacto Global da ONU e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em muito pouco tempo, temas como Meio ambiente, Integridade, Saúde e Segurança, Responsabilidade Social, Ética e Combate à Corrupção, Marketing e Relação com Consumidores e Clientes, Concorrência Leal, Governança de Sustentabilidade, Equidade de gênero nas organizações, e Governança Corporativa, todos abordados pela agenda da ONU, serão regra nas organizações de sucesso e farão parte da abordagem comercial das equipes de vendas de valor.