Em dia conturbado, Bolsonaro faz troca em 6 Ministérios. A ação busca alinhar o governo com a ala do centrão, além de buscar aliados mais fortes que forcem uma aproximação com as Forças Armadas.
O Brasil segue registrando números preocupantes da pandemia. Ontem (29), o país registrou mais um recorde em média móvel de número de óbitos.
Esses e outros destaques você confere agora.
BOLSONARO FAZ TROCA DE 6 MINISTROS E FORÇAS ARMADAS ESTUDAM RENÚNCIA CONJUNTA
O presidente Jair Bolsonaro trocou o comando de seis ministérios ontem (29), por motivos diferentes. É a maior troca ministerial feita pelo chefe do Executivo desde o início do mandato, e representa uma tentativa de alinhamento com a ala do centrão e aproximação com a cúpula das Forças Armadas.
O dia começou com o anúncio da renúncia de Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. O ministro já sofria desgaste após inúmeros episódios diplomáticos. Recentemente, Araújo causou desconforto no Congresso após provocar a senadora Kátia Abreu no Twitter. Na ocasião, a senadora pediu a cabeça do ministro após chamá-lo de ‘marginal’.
Segundo Araújo, o que foi feito com ele faz parte de uma “narrativa falsa e hipócrita”.
Pouco tempo depois, significando a troca mais importante de ontem (29), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, pediu demissão do cargo. Em nota, o general disse que “nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”.
Agora, Walter Souza Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil, assume a Defesa.
É a mudança mais importante do dia, pois representa uma tentativa do presidente de forçar uma aproximação com as Forças Armadas. Fernando Azevedo era um ministro que buscava equilibrar o diálogo com as FA e Executivo, assinando inclusive uma carta no ano passado que desvinculava as Forças Armadas da política.
Com a troca, Bolsonaro tem um aliado maior na Defesa, que compõe o Exército, Marinha e Aeronáutica.
Logo depois, José Levi Mello do Amaral Júnior pediu demissão da Advocacia-Geral da União (AGU). Neste caso, André Mendonça, ministro da Justiça, voltaria à AGU.
Com a troca nos três Ministérios já feita, o presidente anunciou oficialmente a troca nas 6 pastas:
As trocas de ministros representam também um alinhamento com os interesses da ala do centrão, que sustenta o governo federal no Congresso Nacional. Confira todas as trocas feitas pelo presidente:
- Ministério das Relações Exteriores: sai Ernesto Araújo, entra Carlos Alberto França.
- Ministério da Defesa: sai Fernando Azevedo e Silva, entra Walter Souza Braga Netto.
- Advocacia-Geral da União (AGU): sai José Levi Mello do Amaral Júnior, entra André Mendonça.
- Casa Civil: sai Walter Souza Braga Netto, entra Luiz Eduardo Ramos.
- Secretaria de Governo (Segov): sai Luiz Eduardo Ramos, entra Flávia Arruda (PL).
- Ministério da Defesa: sai André Mendonça, entra Anderson Torres.
As reações às trocas foram adversas. Do ponto de vista político, a troca é positiva e amplia a sobrevivência do governo, que agora tem aliados do centrão nas pastas. Marca também o fim das polêmicas envolvendo Ernesto Araújo com a China, EUA e membros do Congresso.
Isso, porém, amplia o poder de influência do centrão e aumenta a dependência do Executivo do grupo.
No caso das Forças Armadas, o Alto escalão do Exército estuda renúncias, a começar pelo Edson Leal Pujol, comandante do Exército.
Ontem (29), após o pedido de demissão, Fernando Azevedo e Silva disse ao STF que as instituições não vão se curvar a possíveis medidas autoritárias do presidente da república, e que não há risco de politização nas Forças Armadas.
BRASIL BATE MAIS UM RECORDE DE MÉDIA MÓVEL DE ÓBITOS POR COVID-19
O Brasil confirmou mais 1.969 óbitos por COVID-19 ontem (29), elevando o total de mortes pela doença para 314.268.
A média móvel de óbitos, que considera a média do número registrado nos últimos 7 dias, foi de 2.655, representando um recorde do índice.
Já são 13 dias acima das 2.000 mortes em média móvel de óbitos por COVID-19.
De acordo com os dados do plano nacional de imunização, 16,3 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a doença, representando 7,7% da população. 4,8 milhões já receberam a segunda dose de um dos imunizantes distribuídos.
Saiba mais
Boletim Focus: Inflação sobe pela 12ª semana seguida e PIB cai
AGENDA
Às 9h: O Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente a fevereiro é publicado pelo IBGE.
BOLSAS E CÂMBIO
Os bons resultados da semana passada, somados ao otimismo quanto ao avanço das vacinas, mantém os índices europeus em alta no início da manhã.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,47%, indo a 429,60 pontos
- DAX (GDAXI): +0,71%, indo a 14.923,50 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,34%, indo a 6.759,04 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,60%, indo a 6.051,71 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,41%, indo a 24.520,50 pontos
Acompanhando o otimismo do mercado quanto à vacinação, além do fim da crise no canal de Suez, os índices asiáticos fecharam em alta.
- Hang Seng (HK50): +0,88%, indo a 28.572,37 pontos
- KOSPI (KS11): +1,12% , indo a 3.070,00 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +0,62%, indo a 3.456,68 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,16%, indo a 29.432,70 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,95%, indo a 5.094,73 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:
- Nasdaq 100 Futuros: -0,58%, indo a 12.869,00 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,10%, indo a 33.064,00 pontos
- S&P 500 Futuros: –0,13%, indo a 3.954,00 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta terça-feira (30):
- Às 9h03, o Dólar subiu +0,11%, a R$ 5,77
- Às 9h03, o Euro caiu -0,21%, a R$ 6,77
Foto: Agência Brasil / Divulgação
Quer investir no mercado de ações mas não sabe por onde começar?
Preencha o formulário abaixo que um assessor da GX Investimentos irá ajudar em sua jornada a liberdade financeira