Fintechs, Start Ups, open banking, financial deepening…
É. Se você já ouviu alguma destas expressões, talvez você possa estar a par das muitas mudanças que estão acontecendo no mercado financeiro.
Recentemente começamos a vivenciar o surgimento de diversas novidades nesse setor, muitas que já haviam sido plantadas a algum tempo.
Mas é notável que as grandes instituições estavam muito ocupadas ganhando dinheiro, e deixaram de perceber as “placas tectônicas” se mexendo bem embaixo deles.
Agora, todas as transformações resolveram emergir – como em uma erupção – e isso vem pegando de surpresa as empresas tradicionais do setor.
É natural: com tempo demais no poder, dominando o mercado, acaba-se criando uma bolha, tornando a empresa míope aos acontecimentos externos. E diversos fatores me levam a crer que foi isso o que aconteceu com os tradicionais gigantes do mercado financeiro.
Agora, com as fintechs, muitos bancos viram, da noite para o dia, seus produtos sendo comercializados de forma mais simples, rápida e, principalmente, mais barata.
Isso, é claro, gera um grande desconforto e faz com que os tradicionais bancos precisem achatar as suas margens e fazer mudanças bruscas em suas estruturas.
O que acontece é que, assim como os dinossauros, essas antigas instituições são grandes, pesadas. E se movimentam lentamente.
Fica muito difícil de se encontrar um caminho ágil para se enquadrar nesse novo mundo, com tantas tendências disruptivas. Hoje, quase todo o portfólio de serviços e produtos dos grandes bancos já tem concorrência de novas empresas, abocanhando fatias do – até então – intocável market share deles.
Falando especificamente de investimentos, fica claro que os maiores movimentos ainda estão por vir. O que vimos até então é só a ponta do Iceberg.
Estamos às vésperas de um dos maiores movimentos de financial deepening da história, que mudará para sempre a forma como o brasileiro investe.
A semente disso, plantada lá atrás, veio com as aberturas das plataformas de investimentos, para trazer ao investidor mais opções de aplicações financeiras. Mas essa foi apenas a “entrada” do banquete.
Agora vemos o surgimento de empresas “asset light” no setor, trazendo capilaridade e atendimento de qualidade na distribuição dos produtos.
São empresas de baixo custo, ágeis, que buscam entregar retornos maiores aos seus clientes com um atendimento muito mais próximo e eficiente.
Por estarem mais próximas aos clientes, são empresas mais alinhadas com seus clientes, com custos mais baixos e ainda maior especialização nos seus segmentos. Coisa impossível nas estruturas pesadas dos “bancões”.
Aí está o prato principal.
De sobremesa, mais disrupção, com algumas corretoras já dando o próximo passo, terceirizando a distribuição e atendimento para essas empresas de assessoria que, pela natureza da sua estrutura, são mais aptas ao “corpo a corpo”. E aí vemos o advento da corretora que passa a focar totalmente em tecnologia, que pode trazer ferramentas para facilitar e transformar a vida dos seus clientes e parceiros para melhor.
Se você acha que já viu muitas mudanças no mercado financeiro, posso assegurar: o maior ainda está por vir.
Estima-se que nos próximos dois anos ocorra uma migração de R$ 2 a R$ 3 trilhões em aplicações dos bancos para estruturas independentes.
Esse sim, é o começo do banquete completo.
Willian Kahler, Sócio da Messem Investimentos