A tendência de oferta de IPO este ano está aquém do esperado. Várias empresas, que haviam manifestado os planos de abrir o capital, acabaram cancelando em razão da crise mundial na saúde, que registra número recordes de mortes, plano de vacinação ineficiente, além de desacertos políticos – mais acirrado quando o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Petrobras, ao indicar o nome do general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco, na presidência da companhia. Ele chegou a demonstrar que poderiam ocorrer novas mudanças em outra estatal. Isso acabou gerando desconforto na Bolsa, forçando uma saída de investimento estrangeiro na ordem de R$ 6,7 bilhões em fevereiro. Mas há ainda um outro fator que levou as empresas a repensar a apresentação da oferta: elas podem alcançar um preço bem abaixo do que realmente valem.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentou números que mostram a situação atual: os cancelamentos já excederam os IPOs feitos no ano até agora. Nos três primeiros meses, 15 desistência foram registradas. Nesse mesmo pe´riodo 13 empresas realizaram a estreia na Bolsa, enquanto que outras 43 ainda estavam sendo analisadas. Oficialmente, há uma lista de 18 empresas que praticaram o cancelamento da oferta desde o início do ano, o que pode representar até R$ 15 bilhões a menos no mercado. Segundo analistas, a situação não apresenta índices positivos, com tendência de crescimento em cancelamentos.
Houve um volume inicial de mais de R$ 30 bilhões na Bolsa brasileira, considerando não somente os IPOs, mas também as ofertas follow-ons. Mas depois deste período, o giro de mais de R$ 50 bilhões esperado, não deverá mais se materializar. Justificando condições nada favoráveis do mercado, por exemplo, a AgroGalaxy, cuja oferta inicial poderia chegar a R$ 1,4 bilhão, acabou não acontecendo por não encontrar investidores. A Paschoalotto também desistiu, e apontou como causa a crise sanitária. A Tok&Stok permanece na lista das desistentes.
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Porém, registra-se que há 40 empresas na fila dos IPOs. A Dasa, maior empresa de Medicina Diagnóstica da América Latina e a quarta maior do mundo, dona da rede de diagnóstico Delboni Auriemo, resolveu manter a oferta, e espera em torno de R$ 6 bilhões na próxima semana. A Mater Dai e a farmacêutica Blau continuam firmes no propósito de ofertar o IPO, assim como o Viveo. Ainda a Açu Petróleo, maior terminal privado de petróleo do Brasil, continua acreditando que isso será possível em um ano. A GranBio segue firme na intenção de abrir seu capital a partir de julho deste ano. A MRV, enquanto isso, permanece na intenção de encontrar um momento mais propício para apresentar seu IPO.
Portanto, analistas do mercado apontam que as projeções para os IPOs neste ano eram bem favoráveis, porém todas as incertezas citadas fizeram com que os investidores optassem por esperar melhores oportunidades. O propósito agora, dizem outros especialistas, é esperar que o mercado de capitais seja novamente impulsionado e consiga obter as melhores ofertas, o que deverá ocorrer, segundo opinam, a partir de uma maior certeza sobre a recuperação econômica, política e um programa de vacinação a contento.
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