Após meses tensos com ameaças de paralisação por parte da categoria de caminhoneiros, o Governo Federal busca reconciliação. Uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), publicada no Diário Oficial da União (DOU) ontem (13) reduz de 13% a 10% a mistura obrigatória de biodiesel no óleo diesel fóssil.
Essa é mais uma tentativa de reatar as relações do governo de Bolsonaro com os caminhoneiros, que amplamente apoiaram a candidatura do presidente. Outras tentativas do governo vieram na forma de priorizar a categoria no plano nacional de imunização. Isso, porém, ainda não aconteceu.
Segundo o governo, a redução acontece por conta da alta do preço da soja nos mercados interno e externo, além da alta do dólar ante ao real. De forma imediata, a mudança tenta evitar o encarecimento do preço do combustível.
“Essa realidade, alinhada com os resultados preliminares da apresentação das ofertas dos produtores de biodiesel no 79º Leilão de Biodiesel […], revela a possibilidade de excessivo incremento do preço do óleo diesel, o que implicaria uma série de efeitos negativos ao transporte de cargas e à economia do país, especialmente se considerados os repasses dos preços ao longo da cadeia de abastecimento”, diz a nota da Secretaria-Geral da Presidência da República publicada ontem (13).
A alta nos preços do combustível virou um grande problema no início de 2021, resultando na demissão do agora ex-presidente da Petrobras, Castello Branco. Segundo o Executivo, o presidente da estatal falhava em estar alinhado com os interesses do Planalto.
A preocupação dos investidores é que com a nova administração na estatal, os preços praticados fiquem menos alinhados com o mercado vigente internacional, não aumentando quando precisa.
Porém, mesmo após a intervenção, o combustível foi um dos maiores vilões para uma inflação a 0,93% em março. A gasolina subiu 11,26% no mês, enquanto o óleo diesel encareceu em 12,59% e o etanol, 9,05%, segundo dados do IBGE.
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Enquanto o Planalto tenta apaziguar a situação com os caminhoneiros, uma nova ameaça de greve aconteceu na semana passada. A Fecombustíveis, que representa os postos de revenda de combustíveis, alertou o presidente Bolsonaro através de um ofício sobre uma possível nova paralisação.
Outra preocupação da categoria é quanto ao fim da isenção de Pis/Cofins sobre o combustível, medida que é válida apenas até abril. Além disso, os preços de referência (PMPF) podem aumentar daqui para frente.
“Este aumento, caso se confirme, será desastroso para a economia brasileira e certamente os caminhoneiros não aceitarão, pois não têm como absorver, e poderão iniciar movimento grevista semelhante ao de 2018”, diz o documento, que também foi assinado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).
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