SPACs (Special Purpose Acquisition Companies) estão cada vez mais populares no mercado internacional. Também conhecidas como empresas “de fachada”, ou “cheque em branco”, as SPACs são empresas cuja finalidade é a de levantar fundos para aquisições futuras de outras empresas.
As SPACs permitem que através da captação de fundos, elas se fundem com outras companhias, e estas acabam entrando de forma indireta na Bolsa de Valores. É uma forma alternativa à Oferta Pública Inicial (IPO em inglês).
Para o investidor, a vantagem está no alto retorno financeiro. Quando dá certo, a fusão de companhias “de fachada” listadas na Bolsa com empresas de fora podem trazer lucros bem favoráveis. Até mesmo pequenos investidores, que só possuem contas em corretoras, acabam tendo a oportunidade de virarem ‘sócios’ de grandes empresas.
Quando não dá certo, os prejuízos podem acontecer, e eles não são incomuns. Como investir em uma SPACs é entregar um “cheque em branco” à gestores, uma má administração pode trazer prejuízos drásticos.
A expansão desse novo modelo de investimento pode ser vista de forma clara nos números dos últimos meses. Em 2020, 44% do capital levantado por IPOs nos Estados Unidos foi por SPACs. A quantia levantada supera os US$ 75 bilhões. Apenas no primeiro trimestre de 2021, porém, o valor levantado por essas empresas de cheques em branco já supera US$ 160 bilhões.
Um dos motivos para a recente popularidade desses tipos de companhia está nos juros baixíssimos praticados pelos principais países desenvolvidos do mundo. Com a vacinação da população aumentando, a ideia é atrair investimento e retomar o crescimento econômico.
Enquanto o modelo de negócios vem crescendo de forma exponencial, autoridades do mercado financeiro alertam para futuras instabilidades. O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tobias Adrian, disse em entrevista coletiva de lançamento de relatório sobre instabilidade financeira global, que ambos eventos, short squeeze na GameStop (GME) e popularidade das SCPAs “são um bom exemplo de vulnerabilidades financeiras atuais”.
Como as SPACs tendem a se popularizar cada vez e ganhar mais relevância no mercado internacional, por aqui não restam muitas alternativas além do início dos estudos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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Chegou a hora do Brasil?
Para começar, o Brasil deve dispor de regulamentações próprias que viabilizem as SPACs como modelo de negócios. Isso é papel das agências regulatórias, que já estudam o tema.
O risco a se mediar é quanto a possíveis fraudes e má gestão do dinheiro. Caso isso aconteça com muita frequência, pode trazer instabilidade para a economia brasileira, além de diminuir o interesse nesse modelo de negócios.
Um fator positivo de possíveis SPACs no Brasil seria uma provável diminuição de cancelamentos de IPOs, que acontecem frequentemente. Além disso, existe a possibilidade de SPACs de fora nutrir interesse por empresas brasileiras, e eventualmente adquiri-las.
De qualquer forma, o terreno brasileiro parece fértil. Agora, tudo depende dos estudos e avaliações de órgãos reguladores como a CVM.
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