Após dois dias de reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou hoje (5) que decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 3,50% ao ano. Após ficar na sua mínima histórica de 2% ao ano entre os meses de agosto do ano passado e março deste ano, é o segundo aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros.
A decisão foi tomada na 238ª reunião do comitê, a segunda no ano de 2021, realizada entre terça (4) e quarta (5). Entre os motivos para a elevação da Selic, o BC citou um cenário externo favorável, com pacotes de estímulo à recuperação da economia internacional e o avanço dos programas de vacinação gerando uma janela de oportunidade para aumento da taxa básica de juros.
Segundo o Banco Central, o risco inflacionário ainda existe, principalmente nas economias emergentes, e a situação deve seguir sob monitoramento. O aumento no preço das commodities no cenário internacional e a elevação das bandeiras tarifárias são alguns dos fatores de maior pressão na inflação atualmente. O choque, porém, é temporário, acredita o Banco Central.
“Com exceção do petróleo, os preços internacionais das commodities continuaram em elevação, com impacto sobre as projeções de preços de alimentos e bens industriais. Além disso, a transição para patamares mais elevados de bandeira tarifária deve manter a inflação pressionada no curto prazo. O Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução”, afirmou em nota.
O BC cita ainda que a recuperação da economia brasileira tem tido um ritmo acima do esperado por especialistas, mesmo com a pandemia de Covid-19 fora de controle no país. “Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia ainda permanece acima da usual, mas aos poucos deve ir retornando à normalidade”, aponta a entidade.
O Copom ainda afirmou que o andamento das reformas é de suma importância para que seja dado seguimento no processo de recuperação da economia. “O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”.
Saiba mais:
Se o cenário atual se manter, o Copom espera que a Selic receba outro aumento no mesmo patamar dos 0,75 ponto percentual de hoje, com a tendência de normalização da taxa ao longo do restante de 2021. Para 2021, o Copom projeta que a Selic encerre o ano em 5,50% ao ano, com estimativa de que chegue a 6,25% a.a. ao final de 2022.
Imagem em destaque: Agência Brasil / divulgação
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