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Maio e as quedas das bolsas de valores: mito ou fato?

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Existe um ditado muito conhecido pelos investidores de bolsa: “sell in may and go away” (venda em maio e vá embora). Se você ainda não ouviu essa expressão, provavelmente ouvirá ainda este mês. Essa frase sugere que os investidores devem desfazer dos seus ativos no mês de maio, na espera de posteriores quedas e volatilidade, retornando à bolsa, após a turbulência do mercado.

O ditado original completo traduzido diz “venda em maio, vá embora e volte no dia do St. Leger”. Para entender essa crença do mercado financeiro, precisaremos entender a origem dessa expressão. Essa frase se refere ao costume dos investidores de bolsa de se deslocarem durante suas férias de Londres para o interior, para aproveitar o verão. Nesse período o volume de negociações caía devido a ausência desses investidores negociando suas ordens no mercado. O dia de St. Leger se refere à final de uma competição de corrida de cavalos que acontecia em meados de setembro e marcava o fim do período de recesso.

Mito ou verdade?

Muitos analistas acreditam na sazonalidade do mercado, inclusive refletida na bolsa brasileira, já que existe uma correlação com a bolsa americana. Porém, outros analistas defendem que a tese é a de que o movimento é uma coincidência gerada pelas emoções e expectativas dos próprios investidores, que acabam refletindo nos preços.

Em pesquisa realizada pela Wall Street entre 1995 e 2015 os retornos acumulados apresentados pelo índice SP500, entre os meses de maio e outubro, ficaram abaixo dos retornos apresentados entre os meses de novembro a abril. Porém o investidor que adotou a estratégia “Buy and hold”, que nada mais é do que comprar e manter o investimento ao longo de todo o período, apresentou retorno superior àqueles que seguiram a crença do mercado e desfizeram suas posições nos meses de maio.

No Brasil não seria diferente. Nos últimos 16 anos, dez deles apresentaram retorno negativo em maio. Entretanto, a diferença de retorno entre os meses de maio e outubro e novembro e abril vem diminuindo, demonstrando que nos últimos anos, o ditado não vem se cumprindo com tanta força como no passado. A redução do volume de negociações ainda acontece e acredita-se na relação com o período de férias no exterior, já que existem muitos investidores estrangeiros operando na bolsa brasileira.

Um dos fundos, anteriores à crise da pandemia, que teve seu auge em março do ano passado, é o fundo marcado pela crise do Subprime em 2008, que coincidentemente deixou um topo em maio e suporte em outubro. No gráfico abaixo podemos observar curiosamente o movimento que estranhamente seguiu o ditado (ou o ditado que seguiu o movimento).

Gráfico mensal da queda do Ibovespa durante a crise 2008.
Fonte: Investing.com

Concluímos então que existem precedentes, no mercado, que confirmaram o ditado durante alguns períodos, mas que não se pode afirmar essa tendência, já que o mercado é imprevisível. As estratégias variam de curto a longo prazo, e no longo prazo vimos que a lenda não venceu o simples e velho “buy and hold”. O que o investidor precisa é se atentar aos sinais macroeconômicos aliados à performance das empresas na bolsa e usar as memórias de preço como um aliado, independente do mês corrente.

Kamila Alves

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