Segundo o presidente do Banco Central (BC), as projeções quanto ao PIB brasileira devem aumentar no relatório que deve ser apresentado no fim de junho, quando se encerra o segundo trimestre. Segundo Campos Neto, março foi uma surpresa boa em todos os aspectos.
Um acordo foi firmado em uma reunião que contou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Senado Federal e Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira. A discussão foi sobre a reforma tributária, que agora deve ser acelerada nas duas casas.
Dados prévios da inflação devem marcar a agenda econômica brasileira. O IPCA-15 é publicado às 9h.
Após uma semana marcada por quedas, a terça-feira (25) é positiva nos mercados globais, com os principais índices registrando saldos positivos. Mesmo assim, fatores macroeconômicos ainda são uma preocupação de investidores.
Esses e outros destaques você confere agora.
CAMPOS NETO: “MARÇO FOI UMA SURPRESA BOA EM TODOS OS ASPECTOS” E BC DEVE AUMENTAR PROJEÇÃO DO PIB
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (24) que o mês de março “foi uma surpresa em todos os aspectos”, e que o BC deve aumentar suas projeções quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) para 2021.
A fala foi dita em um seminário virtual promovido pela EB Capital. Campos Neto ainda disse que diversas expectativas quanto à economia estão apontando para um crescimento na casa dos 4%.
Até o momento, na média, as grandes corretoras de investimentos apontam para um PIB de 3,8% em 2021, resultado melhor que as análises anteriores, que falavam de um crescimento econômico na casa dos 3,2%, de acordo com a XP Investimentos.
Quanto ao Boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central (BC), as projeções para o PIB aumentaram em 0,09% na variação semanal, ficando em 3,52%.
Campos Neto também chamou a atenção sobre o crescimento da dívida do Brasil e dos países emergentes:
“Em termos de dívida bruta, o Brasil é o pior país no pós-crise. A dívida do mundo emergente aumentou muito, com mudança para mais detentores internos que externos. Isso ocorre em todos os emergentes, com exceção da China e outros asiáticos que têm conseguido capturar esses fluxos”, disse o presidente do BC.
Outro ponto de destaque é quanto a vacinação contra COVID-19, principal alicerce para a retomada da normalidade econômica no país.
“No caso do Brasil, a média móvel caiu um pouco. Tivemos dificuldade com os insumos, mas entendemos que a aceleração vai ser grande em junho”, disse Campos Neto.
O Relatório de Inflação, que conta com a projeção do PIB para o ano, sai no final de junho, junto com as análises sobre o segundo trimestre no Brasil.
GOVERNO E CONGRESSO FECHAM ACORDO, E REFORMA TRIBUTÁRIA DEVE SER DISCUTIDA NAS DUAS CASAS
Após uma reunião envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Senado Federal e Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, ficou definido que as duas casas deverão discutir a reforma tributária.
Segundo Pacheco, o Senado deve ficar com a discussão da PEC que une o ICMS e ISS em um imposto de valor agregado (IVA), e também sobre o novos Refis.
Quanto à Câmara dos Deputados, a discussão fica quanto a criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), unificando PIS/Cofins. Além disso, discutem mudanças no Imposto de Renda e no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“Tivemos um consenso de que a reforma tributária é fundamental, urgente, precisamos simplificar o sistema de arrecadação, mas sem gerar aumento de carga tributária”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em um vídeo divulgado ontem (24).
Saiba mais
IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,60% em abril, abaixo do esperado por especialistas
AGENDA
Às 3h da manhã na Alemanha, o Produto Interno Bruto (PIB) referente ao primeiro trimestre de 2021 foi publicado. O índice econômico do país retraiu -1,8%, revertendo os ganhos de 0,3% do trimestre anterior.
Às 8h no Brasil, o Índice de Confiança do Consumidor foi publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice ficou em 76,2 pontos para o mês de maio, alta de 3,7 pontos comparado com os dados de abril.
Às 9h no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) é publicado. A expectativa de economistas é que a prévia da inflação mostre uma desaceleração da alta dos preços, que vem preocupando todos os setores da sociedade.
A projeção de especialistas é de um IPCA-15 de 0,55% para o mês de abril. Mês passado, o índice fechou abaixo das expectativas, ficando em 0,60%.
BOLSAS E CÂMBIO
O início da manhã desta terça-feira (25) é marcado pelos principais índices mundiais na carga positiva.
Fatores macroeconômicos, como o avanço da vacinação contra COVID-19 e o risco de aumento de juros nos EUA, continuam sendo um fator de cautela.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,40%, indo a 446,87 pontos
- DAX (GDAXI): +0,73%, indo a 15.550,10 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -0,14%, indo a 7.041,89 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,09%, indo a 6.414,51 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,37%, indo a 24.983,50 pontos
Acompanhando os mercados europeu e norte-americano, os índices asiáticos fecham a terça-feira (25) com saldos positivos.
- Hang Seng (HK50): +1,82%, indo a 28.949,00 pontos
- KOSPI (KS11): +0,86%, indo a 3.171,32 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +2,40%, indo a 3.581,34 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,67%, indo a 28.553,98 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +3,16%, indo a 5.318,48 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados positivos:
- Nasdaq 100 Futuros: +0,36%, indo a 13.684,38 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,21%, indo a 34.423,00 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,25%, indo a 4.204,12 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta terça-feira (25):
- Às 9h03, o Dólar caiu -0,02%, a R$ 5,31
- Às 9h03, o Euro caiu -0,06%, a R$ 6,49
Foto: Agência Brasil / Divulgação