De acordo com dados publicados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (01), o Brasil atingiu um superávit externo de US$ 9,291 bilhões no mês de maio, representando o maior valor mensal da balança comercial desde o início da série histórica que começou em 1989.
O valor supera o superávit de US$ 6,837 bilhões registrado em maio do ano passado.
As exportações fecharam em US$ 26,948 bilhões em maio, e as importações US$ 17,657 bilhões, resultando no superávit.
Confira os dados da balança comercial brasileira desde o início de 2021:
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O bom resultado da balança comercial acompanha o recente superciclo das commodities, que aumentou a demanda de matérias-primas no mundo inteiro. A causa do ‘boom’ das commodities está nos recentes investimentos massivos dos EUA e China no setor de infraestrutura.
A altíssima demanda por commodities é impulsionada pela manutenção de juros baixíssimos nos Estados Unidos, ficando de 0% a 0,2%. O efeito prático disso é um mercado animado com o país, mas também surge a preocupação com a alta da inflação.
Os investimentos nos EUA beneficiam diretamente países emergentes conhecidos pelo poder exportador, como é o caso do Brasil. De acordo com o Banco Central (BC), até o final de abril de 2021, os preços das matérias-primas saltaram 66% em um ano.
Além de beneficiar o mercado exportador, os efeitos da retomada econômica dos EUA podem acarretar em uma queda do dólar no Brasil, pois uma moeda mais barata significa mais liquidez, aumentando a oferta pelo dólar no mundo.
Embora os efeitos do superciclo influencie no câmbio de forma a desvalorizar o dólar, o fato do real estar desvalorizado ante a moeda norte-americana também é um fator que ajudou no superávit. Isso porque existe uma preferência pela exportação.
Eventuais superávits na balança comercial brasileira dependem da resolução de problemas internos, mas também da manutenção dos investimentos em infraestrutura por países desenvolvidos. Caso os juros básicos dos EUA aumentem, por exemplo, o mercado deve esfriar um pouco.