Com as recentes projeções apontando para um crescimento econômico acima do esperado, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia indica que o PIB brasileiro está perto do nível de crescimento pré-pandemia. Mesmo assim, fatores inflacionários seguem sendo uma preocupação.
O embate da pasta da Economia com o Mercosul continua com o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendendo mais liberdade de acordos e menos tarifas de importação.
A agenda do dia é marcada pela publicação de dados inflacionários nos EUA, podendo apontar para um possível aumento de juros no país, esfriando o mercado global de commodities.
No aguardo pelos dados, os mercados globais iniciam a manhã de forma mista.
Esses e outros destaques você confere agora.
PIB ENCOSTA EM NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA
Segundo uma apuração do jornal Valor Econômico, um cálculo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia indica que o Brasil está apenas 2% abaixo das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caso ele não tivesse sido interrompido pela pandemia de COVID-19 em 2020.
Mesmo assim, a inflação segue sendo um fator de preocupação, ficando acima do esperado no mês de maio após o início da crise hídrica que marca as regiões sudeste e centro-oeste.
Atualmente, as projeções do Banco Central (BC) publicadas no Boletim Focus indicam que a inflação vai terminar o ano em 5,44%, acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Outro fator a se considerar, que também influencia diretamente no crescimento econômico do país, é a distribuição das vacinas contra COVID-19. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o Brasil pode inclusive ver uma alta de preços no setor de serviços com a retomada da normalidade promovida pela imunização em massa.
Atualmente, as grandes corretoras do país indicam que o PIB brasileiro deve crescer em 3,8%, indicando um desenvolvimento maior que o esperado no início do ano.
PARA GUEDES, O MERCOSUL É UMA “ARMADILHA” PARA O BRASIL
Segundo o ministro da Economia Paulo Guedes, o Mercosul, bloco econômico que compõe o Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai como membros plenos, foi uma “armadilha” para o Brasil.
“Ficar fechado foi muito danoso para o Brasil. O Brasil está trocando hoje com seus parceiros do Mercosul menos do que ele trocava há 20 anos. Foi uma armadilha”, disse o ministro durante o 12ª Bradesco BBI London na terça-feira (08).
Atualmente, o ministro defende a redução de tarifas de importação e mais liberdade para acordos bilaterais que não envolvem o bloco.
“Queremos ter alguma flexibilidade e modernização no Mercosul”, disse o ministro, que diz que a entrada no Mercosul “impediu que o Brasil se engajasse em uma integração industrial produtiva mais eficiente na cadeia global de comércio”.
Saiba mais
AGENDA
A agenda de hoje é marcada pela publicação de dados inflacionários nos Estados Unidos. A preocupação dos investidores é que a inflação suba mais que o esperado, e que isso provoque aumentos nas taxas de juros do país, que estão em baixa histórica de 0% a 0,2%.
Um possível aumento nos juros do país pode esfriar o mercado de commodities, que está passando por um superciclo no momento. Caso isso aconteça, pode afetar negativamente economias que se beneficiam da alta liquidez do dólar e de exportações de matéria-prima, como o Brasil.
Acompanhe os índices dos Estados Unidos que devem marcar o dia no mercado:
Às 8h da manhã nos Estados Unidos, o relatório da OPEP é publicado, contando com análises importantes acerca do mercado global de petróleo, oferecendo perspectivas para os próximos meses e o próximo ano.
Às 9h30, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) é publicado pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos. A expectativa dos investidores é que o índice atinja 0,4% no mês de maio, ante a alta de 0,8% no mês de abril.
No mês passado, as projeções (0,2%) ficaram bem abaixo do índice inflacionário publicado (0,8%). Para o mês de maio, espera-se uma alta menor, mas os dados do índice podem surpreender.
Também às 9h30 nos Estados Unidos, os pedidos iniciais por seguro desemprego são publicados pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos da América. A expectativa dos economistas é que o índice continue a tendência de queda, indicando uma boa recuperação econômica do país após um ano marcado pela pandemia.
Às 15h, o Saldo Orçamental Federal deve ser publicado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, indicando se os gastos do governo ficaram maiores que as receitas.
Confira outros itens que marcam a agenda econômica no mundo:
Às 8h30 na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (ECB) publica sua declaração de política monetária, acompanhado pela publicação da taxa de juros.
Às 9h30 na Zona do Euro têm uma coletiva de imprensa com membros do Banco Central Europeu (ECB).
Às 14h, têm pronunciamento de Lane, do BCE.
BOLSAS E CÂMBIO
No aguardo pela publicação de dados inflacionários dos Estados Unidos, os índices europeus iniciam a manhã de forma mista.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): –0,03%, indo a 454,29 pontos
- DAX (GDAXI): +0,00%, indo a 15.581,10 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,24%, indo a 7.098,35 pontos
- CAC 40 (FCHI): -0,22%, indo a 6.548,84 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): -0,34%, indo a 25.655,50 pontos
Acompanhando o mercado global e de olho nas consequências macroeconômicas, os índices asiáticos fecharam com a maioria dos índices registrando altas.
O destaque fica para os índices chineses, representando os únicos ganhos do dia.
- Hang Seng (HK50): -0,13%, indo a 28.721,37 pontos
- KOSPI (KS11): +0,26%, indo a 3.224,64 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +0,54%, indo a 3.610,86 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,34%, indo a 28.958,56 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,67%, indo a 5.271,47 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:
- Nasdaq 100 Futuros: -0,31%, indo a 13.771,75 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,20%, indo a 34.506,50 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,03%, indo a 4.219,62 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quinta-feira (10):
- Às 9h03, o Dólar caiu –0,10%, a R$ 5,06
- Às 9h03, o Euro caiu -0,21%, a R$ 6,15
Foto: Agência Brasil / Divulgação