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Entenda porque o mercado reagiu mal às sinalizações do Fed sobre a inflação e a taxa de juros

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Às 9h da manhã desta quinta-feira (17), boa parte dos principais índices mundiais registraram quedas nas bolsas, indicando um certo pessimismo de investidores por conta de fatores macroeconômicos. Embora a reação possa ser explicada de diversas maneiras, um fator importante está influenciando no humor de hoje: as falas do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed).

Atualmente, as duas superpotências do mundo, Estados Unidos e China, estão fazendo investimentos massivos em infraestrutura, impulsionando a economia nessa era que vai ser marcada como a pós-pandemia.

Os efeitos são sentidos até no Brasil. Com o novo superciclo das commodities e políticas de juros baixíssimos, o dólar acaba perdendo seu valor ante o real por conta da alta liquidez.

Os juros nos Estados Unidos estão em baixa recorde, de 0% a 0,2%, com a compra de ativos de US$ 120 bilhões por mês, indicando que o governo quer causar um grande estímulo para a economia. Porém, as consequências de um crescimento começam a ser refletidas nas pressões inflacionárias do país, que estão mais altas que o previsto anteriormente.

Em maio, a inflação anual chegou a 5,0%, valor bem maior que o teto da meta 2% estabelecida pelo próprio Fed. Segundo o presidente da importante entidade econômica, Jerome Powell, porém, a inflação é temporária e está dentro do previsto em um longo prazo.

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) se reuniu ontem (16) em Washington, confirmando a manutenção das baixíssimas taxas de juros que vem estimulando a economia do país. As reações negativas do mercado, porém, acontecem após as previsões da entidade sobre 2021 e 2023 alterarem.

Segundo o Fed, a inflação deve terminar o ano em 3,4%, valor 1% maior que as projeções anteriores. Para a entidade, em 2023 o país pode passar pelas primeiras alterações nas taxas de juros.

Outra projeção alterada é a do Produto Interno Bruto (PIB), que deve terminar o ano em 7% segundo a entidade. As projeções anteriores indicavam para um aumento de 6,5%.

Acompanhe a série histórica da inflação dos Estados Unidos:


Saiba mais

Entenda como o cenário externo, commodities, resolução do Orçamento e Selic podem empurrar dólar abaixo de R$ 5,00


Se o PIB vai bem e a economia também, por que aumentar os juros?

Como abordamos em nosso material, os efeitos inflacionários são mais complicados que parecem.

No caso dos Estados Unidos, os extensos estímulos ao crescimento econômico causam uma alta natural dos preços. Para tentar equilibrar, o Banco Central do país injetou trilhões na economia para beneficiar população, comércio e as áreas da saúde e educação.

Por mais que o PIB cresça além do previsto em 2021, de nada adianta se a população começar a se encontrar em uma situação mais precária que a do início do ano por não conseguir acompanhar a renda mensal com a inflação.

A alta nos juros é uma das medidas mais clássicas de tentativa de controle da inflação. No Brasil, por exemplo, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou nesta quarta-feira (16) os juros básicos brasileiros, a Selic, indicando que a inflação segue sendo um fator de preocupação.

Embora o aumento das taxas de juros seja importante para manter a economia equilibrada, do ponto de vista do mercado e investidores isso pode significar um resfriamento deste momento pós-pandemia das grandes potências que é marcado por altos estímulos econômicos.

Foto: Reuters / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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