Quando falamos em um mundo econômico, marcado por números, tabelas, índices que sobem e descem e dinheiro, estamos falando de uma realidade completamente computadorizada e racional.
Embora isso signifique que a economia no geral influencia diretamente na sua vida, seja por conta do governo ou por conta dos seus investimentos, é certo dizer que o que acontece dentro de uma tela é puramente calculista.
Isso possui suas vantagens óbvias. Embora as pessoas que investem possuem emoções, ele pode ter certeza que o que acontecer dentro do cálculo vai resultar em um processo fiel e confiável.
As desvantagens, na verdade, são as mesmas: você é feito de emoções.
Portanto, embora o sistema seja justo, as suas emoções certamente influenciam na tomada de decisões, o que pode acarretar em perdas severas.
Esses são os famosos vieses cognitivos, gatilhos naturais do subconsciente que fazem com que você tome decisões tendenciosas baseadas nas emoções e no que seu cérebro está interpretando no momento.
Embora não exista uma fórmula mágica para não ter viés cognitivo, principalmente nos momentos críticos de resoluções, compreender o que são esses vieses e quais são os tipos mais comuns podem ajudar nas melhores sentenças produzidas pelo cérebro.
Abaixo, confira os cinco vieses cognitivos mais comuns encontrados no mundo financeiro:
Efeito manada
Em um certo dia de manhã, suas ações em uma companhia começam a cair. O movimento pode ser o curso natural das ações de uma empresa para o dia, talvez geradas por uma notícia publicada na noite anterior, mas você começa a ficar sabendo que diversos colegas de profissão estão liquidando suas posições.
“E agora? estourou a bolha?”
É natural do ser humano copiar, mimicar e espelhar o comportamento de outras pessoas. Em uma situação dessas, com a maioria das pessoas ao seu redor liquidando as ações, a tendência é que você pule do barco também.
Nessas horas, as perguntas óbvias como “por que está caindo?” e “quanto caiu?” tornam-se pequenas diante do frenesi.
O importante a se fazer nessas situações é não se precipitar, fazer uma pesquisa e tentar olhar para outras direções para compreender o que outras pessoas estão fazendo, analisando e sugerindo.
Além disso tudo, confie no próprio taco! Se após muitos estudos você está confiante quanto à sua decisão, não seja influenciado por uma pequena massa de pessoas.
Viés da confirmação
O viés da confirmação é um fenômeno psicológico muito comum na economia e política. Trata-se puramente da busca por evidências tendenciosas que confirmam nossa visão de mundo ou situação.
Na política, isso pode ser aplicado à visões de mundo e à escolha de “lados”. Ao consumir conteúdo político em redes sociais, por exemplo, você tende a ler e estudar questionamentos e visões que confirmem sua visão de mundo.
No mundo econômico, quando estamos prestes a tomar uma decisão, temos a tendência de procurar fontes e sugestões que confirmem uma ideia pré-programada no cérebro. Portanto, o viés pode ser perigoso e pode acarretar em perdas.
Uma das melhores coisas que você pode fazer para evitar a tomada de decisões erradas por conta de vieses na cabeça é a procura por diferentes fontes, sugestões e ideias, valorizando o que outros tipos de análise tem a dizer sobre um movimento “x” na Bolsa de Valores, ou quanto a alta e queda de ativos monetários, como as criptomoedas.
Outra dica importante é a de abandonar “achismos” e procurar argumentos racionais, dados e evidências.
Apenas seguindo esses dois passos, péssimas escolhas financeiras poderiam ter sido evitadas por muita gente.
Excesso de confiança
Outra armadilha bem comum na tomada de decisões é o excesso de confiança, que pode ser gerado através de muitas coisas. É o efeito de superestimar a própria capacidade e obter uma leitura equivocada do cenário.
Você, talvez, está em uma maré de sorte, após ter conseguido bons ganhos com uma determinada ação de uma companhia.
Talvez você seja conhecido por sempre tomar as decisões certas, e, portanto, não deva errar desta vez, certo?
Traders com esse tipo de mindset podem acabar se dando muito mal, portanto tome cuidado e valorize o raciocínio lógico!
É sempre importante manter um certo nível de humildade, principalmente em situações em que admitir o erro é necessário. Lembre-se: não especule com o mercado.
Aversão à perda
É verdade: ninguém gosta de perder dinheiro. Porém, a depender do seu perfil de investidor, algumas decepções são mais que esperadas.
É importante que neste momento você consiga considerar os erros como uma oportunidade de aprender.
Caso não consiga aprender com os erros, o investidor corre o risco de ficar estagnado, podendo até cometer o erro mais uma vez. Ao admitir o erro e analisá-lo, além de evitar cometer outros tipos de decisões incorretas, você acaba aprendendo mais que aprenderia sem um “empurrãozinho”.
Viés da ancoragem
Não menos importante, o viés da ancoragem tem tanta influência na nossa tomada de decisões quanto os anteriores. A ideia central é que o investidor fica preso a um número, índice e resultado, e acaba analisando o mercado a partir desse índice.
Imagine o seguinte: em janeiro, as ações de uma determinada companhia estavam valendo R$ 20. Em junho, elas estão valendo R$ 9.
Como os valores estão bem distantes um do outro, o seu cérebro possui a tendência de analisar o valor das ações de junho com base no valor de janeiro. A série histórica é importante, com certeza, mas é imprescindível ficar atento às novas notícias, tendências e possíveis justificativas.
O mercado não é uma coisa fixa e está em constante mudança. Uma queda nas ações não necessariamente significa um “ponto fora da curva”, apenas uma curva seguindo seu curso natural.
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Agora que você já conhece como sua cabeça pode prejudicar na sua tomada de decisões, proponha um exercício mental: na sua próxima julgamento, seja a compra ou venda de ativos ou uma decisão financeira que não necessariamente tem a ver com o mercado de investimentos, tente pensar nesses cinco vieses que muitas pessoas acabam caindo sem saber.
Abandonar os sentimentos que fazem parte da natureza humana não é o propósito final deste texto, e sim compreender como eles podem te influenciar, como compreendê-los e dominá-los.
